Este será um mês em que, quem quiser observar os principais planetas do sistema solar, terá de madrugar ou deitar-se bem tarde. De facto, logo no final da madrugada de dia 5, iremos ver Júpiter nascer ao lado de Mercúrio.
Na noite seguinte, terá lugar o quarto minguante, mas apenas veremos a Lua nascer na madrugada seguinte. Nesta mesma madrugada de dia 6, o planeta Mercúrio atinge a sua maior elongação (afastamento) para oeste relativamente ao Sol.
Entre as madrugadas de dias 9, 10 e 11, iremos ver como a Lua passa ao lado dos planetas Saturno, Júpiter e Mercúrio.
No dia 13, terá lugar a Lua Nova, não sendo assim possível observá-la. Vénus e Neptuno igualmente não serão visíveis este mês, por também se encontrarem numa direção muito próxima da solar.
Já ao início da noite de dia 19, a Lua será vista entre o planeta Marte e Aldebarã, uma estrela gigante avermelhada que associamos a um dos olhos da constelação do Touro.

Entre o pôr-do-sol 16 e o nascer do mesmo no dia seguinte, irão passar-se doze horas. Tal não se deve à ocorrência de um equinócio nesta data, mas sim à refração atmosférica que nos faz ver o Sol sempre ligeiramente acima da sua real posição, encurtando assim a duração das noites.
O equinócio, momento do ano em que o Sol se encontra exatamente acima da linha do Equador, iluminando do mesmo modo os hemisférios norte e sul terrestres, apenas terá lugar às 5 horas e 37 minutos (hora continental) de dia 20.
No nosso país, chamamos a esta efeméride de equinócio da Primavera, pois, a partir deste instante, o nosso hemisfério passa a estar voltado na direção do Sol, e assim esse astro passa a ser visto acima do equador celeste (projeção do nosso equador no firmamento), marcando o início da Primavera.
À medida que o Inverno dá lugar à Primavera, o Sol vai nascendo cada vez mais cedo. De forma a aproveitar uma hora extra de exposição solar, alguns países situados a latitudes intermédias costumam adiantar os seus relógios por altura da Primavera.
Em Portugal, tal mudança é feita à 1 hora da madrugada (hora continental) do último domingo do mês de Março. Assim, este ano, iremos adiantar os nossos relógios uma hora no dia 28, dia que coincide com a última efeméride significativa deste mês: a Lua Cheia.
De notar que perto do equador não há grandes oscilações na duração das noites. Em contraponto, a latitudes elevadas, a duração dos dias e noites chega a ser tão grande que não faz diferença alterar a hora.
Consequentemente países situados nessas regiões não sentem os benefícios da mudança da hora e, portanto, ou nunca adotaram este costume, ou procuram aboli-lo.
Boas observações!
Autor: Fernando J.G. Pinheiro é investigador do Departamento de Física da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra e do CITEUC – Centro de Investigação da Terra e do Espaço da Universidade de Coimbra.
Os seus domínios de especialização incluem a Astrofísica, Geomagnetismo e Meteorologia Espacial.
Para além do seu trabalho de investigador, já exerceu funções nos órgãos sociais da Sociedade Portuguesa de Astronomia, e coordenou o grupo Solar System Science do CITEUC.
Fernando Pinheiro é ainda colaborador regular em atividades de divulgação científica.
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