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A Feira do Porco Alentejano, famoso certame de Ourique, vai decorrer online, longe «dos seus moldes tradicionais», mas vem realçar a importância de um setor afetado pela pandemia. 

A Feira do Porco Alentejano é um momento alto para o concelho de Ourique e, «infelizmente, devido à pandemia não se pode realizar nos seus moldes tradicionais», clarifica Marcelo Guerreiro, presidente da Câmara Municipal, ao Sul Informação.

«De qualquer das formas entendemos ser importante assinalar este momento, pela importância que a Feira do Porco Alentejano tem para o setor, para a economia local e pela contínua afirmação de Ourique, Capital do Porco Alentejano», acrescentou.

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Partindo desta premissa, a Câmara Municipal de Ourique e a Associação de Criadores do Porco Alentejano (ACPA), entidades organizadoras do certame, decidiram «avançar com uma edição essencialmente online».

Em entrevista ao Sul Informação, Marcelo Guerreiro explicou que esta «não será, propriamente, uma feira no sentido da transação dos produtos», uma vez que «não temos as condições logísticas para tal».

«Será», contudo, «um momento marcado por várias iniciativas online, para abordar temas importantes para o setor e de forma a continuarmos a marcar esta data», frisa o autarca socialista.

Marcelo Guerreiro adianta que «temos preparado um conjunto de momentos online, onde iremos visitar o porco no seu habitat natural, o porco em pleno montado».

Nesta edição adaptada aos tempos de pandemia, a organização vai também mostrar, através de vídeos, o processo de transformação do porco alentejano.

Por outro lado, e porque a «parte cultural» é um dos momentos altos do evento, Marcelo Guerreiro desvenda que «iremos ter alguns momentos musicais».

 

 

A iniciativa tem, ao longo do seu percurso, sido pautada por intervenções de governantes e de especialistas do setor do Porco Alentejano. Sem adiantar nomes, o presidente da Câmara de Ourique afirma que «irá haver alguns registos nesse sentido, pela importância que o momento tem».

Questionado quanto aos impactos da pandemia na fileira do Porco Alentejano, nomeadamente nos criadores da raça do concelho de Ourique e de que forma é que a autarquia tem apoiado estes produtores, Marcelo Guerreiro refere que o porco alentejano tem sido «um produto que se tem ressentido neste período» e explica que o município tem procurado acompanhar a situação junto da ACPA.

A autarquia também «tem procurado ter influência», junto do Governo, «para que possam existir alguns apoios ao setor», de forma a assegurar a continuidade da produção deste produto representativo deste concelho do Baixo Alentejo.

 

 

«O porco alentejano é uma marca, é uma referência do concelho de Ourique», sublinha Nuno Faustino, presidente da ACPA, realçando que «é muito importante para a economia das explorações agrícolas pecuárias do concelho».

Nesse sentido, «entendemos que seria importante, de alguma maneira, assinalar o evento» e «achámos por bem que o porco alentejano devia ser relembrado», através «de pequenos filmes que contam a história da fileira».

Nesta edição virtual, a organização vai atribuir os tradicionais prémios aos produtores das melhores varas de montanheira, em 2020/2021, uma iniciativa que será realizada no terreno, nomeadamente, nas explorações galardoadas.

«Achámos por bem» reconhecer a resiliência dos produtores deste setor que «tem sido um dos mais afetados pela pandemia», justifica Nuno Faustino.

 

 

«A pandemia veio agravar em muito este setor», lamenta o presidente da ACPA, afirmando que «veio trazer uma redução de preços de venda na ordem dos 30 a 40%».

Além disso, revela que, «em relação a 2020, em termos médios, o porco alentejano desvalorizou na ordem dos 200 euros/porco».

Esclarece que «o mercado explica uma grande parte da situação, porque são produtos que se vendem muito na restauração, festas, bares», setores ligados ao turismo, também ele, gravemente afetado pela crise sanitária.

«É um setor, infelizmente, muito frágil, mas com uma importância muito grande para a região, mas que está a sofrer uma crise profunda», salienta Nuno Faustino, esperando que «não seja muito longa», temendo «uma redução brutal no número de explorações, de criadores e deste património genético do porco alentejano», uma vez que, as ajudas do Estado não colmatam o prejuízo.

 

 

Atualmente, a ACPA conta com 150 associados, estando apenas «ativos cerca de 70 a 80 criadores», partilha o responsável da associação, dizendo que «houve muita exploração que ficou no caminho».

«São pouquíssimos», frisa Nuno Faustino, sublinhando, contudo, a sua relevância e esclarecendo que as salsicharias do norte do Algarve e do próprio Alentejo compram, sobretudo, o porco cruzado. O porco criado em montanheira, «esse, vai na sua maioria para o mercado espanhol».

Sul Informação

 



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