Exposição fotográfica celebra 40 anos do Cortejo Histórico e Etnográfico de Serpa

Para comemorar a efeméride, Câmara de Serpa preparou um conjunto de iniciativas, algumas delas transmitidas online, através dos canais do município

Foto da exposição “Gente daqui”, em Serpa – ©Fabrice Ziegle (16 abril 2017)

O Cortejo Histórico e Etnográfico de Serpa comemora 40 anos de existência, efeméride que será assinalada com diversas iniciativas, a partir do próximo dia 2 e durante todo o mês de Abril. Este ano, tal como em 2020, devido à pandemia, não haverá o cortejo que habitualmente tem lugar no Domingo de Páscoa, pelo que esta foi a forma de, ainda assim, não o deixar cair no esquecimento.

A primeira dessas iniciativas é a exposição de fotografia “Gente Daqui – Um olhar sobre o Cortejo Histórico e Etnográfico de Serpa”, da autoria do fotógrafo Fabrice Ziegler, que estará patente na Casa do Cante – caso a situação pandémica o permita – e na Praça da República, ao ar livre, de 2 a 30 de Abril.

«A exposição “Gente daqui” tem como objeto as pessoas que fazem o Cortejo Histórico e Etnográfico de Serpa — organizadores, construtores, figurantes e público — e traduz o olhar de Fabrice Ziegler, um dos muitos olhares possíveis, sobre este acontecimento riquíssimo em que praticamente toda a comunidade se revê», salienta João Matias, na apresentação da iniciativa.

«Ao centrar-se nas pessoas, o autor vê o Cortejo da Páscoa essencialmente como uma comunhão coletiva onde toda a gente coopera. É uma manifestação transversal que a todos inclui: não distingue idades, simpatias partidárias, condições sociais, etnias nem profissões».

 

Foto da exposição “Gente daqui”, em Serpa – ©Fabrice Ziegle (21 abril 2019)

 

«O cortejo é feito por homens e mulheres que trabalham durante meses para o organizar e construir, que emprestam as suas alfaias, colaboram com os seus animais, participam com o seu próprio corpo ou com a sua voz, materializando um desfile que, ano após ano, entusiasma os naturais de Serpa — residentes ou ausentes — e os visitantes».

«Contudo, o que definitivamente marca o Cortejo Histórico e Etnográfico é a sua dimensão coletiva e democrática, corporificada através da cooperação».

Neste ano de 2021, o segundo consecutivo em que o cortejo é cancelado por causa da pandemia mundial de covid-19, «é fundamental manter viva a memória deste trabalho coletivo que, anteriormente, só por uma vez (1990) não se havia realizado», acrescenta João Matias, na apresentação desta exposição.

«Lembrá-lo hoje é assegurar que ele regressará às ruas de Serpa, assim que os serpenses tiverem condições para voltarem a fazer o tanto que gostam: dar total liberdade à sua imensa e criativa forma de celebrar a vida».

 

Foto da exposição “Gente daqui”, em Serpa – ©Fabrice Ziegle (13 março 2018)

O trabalho é constituído por fotografias tiradas pelo autor durante os meses de construção dos cortejos e nos desfiles de 2017, 2018 e 2019, bem como por imagens de desfiles anteriores que pertencem ao acervo municipal.

O eixo central é dedicado à participação popular. São fotografias dos figurantes e do público, que enchem as ruas de Serpa no Domingo de Páscoa para ver o cortejo passar.

Há, também, fotografias de anos anteriores, que Fabrice Ziegler selecionou para transmitir a dimensão histórica do cortejo. Pertencem ao arquivo municipal e muitas são de autoria desconhecida.

«Não podiam deixar de ser retratados os construtores do cortejo. É a parte não visível para o público, constituída, na quase totalidade, por operários e outros trabalhadores da câmara municipal», diz ainda João Matias.

 

Foto da exposição “Gente daqui”, em Serpa – ©Fabrice Ziegle (21 abril 2019)

 

Por outro lado, «fruto de um apelo público, para cedência de fotografias e vídeos de arquivo», explica a Câmara de Serpa, «serão, também, partilhadas nas redes sociais do município, um conjunto de imagens, que refletem as quatro décadas de realização, a sua evolução em termos de quadros e de figurantes, de valor histórico e artístico».

Com o intuito de recriar a história, tradição, usos e costumes locais refletidos no Cortejo, a autarquia revela que «está em produção um filme documental, a cargo da Ronda – Associação Cultural e dirigido pelo encenador serpense João Duarte Costa».

«O documentário pretende proporcionar, igualmente, um meio para reflexão em torno da diversidade e identidade cultural, patente nos inúmeros quadros que constituem o Cortejo Histórico e Etnográfico», destaca ainda a Câmara de Serpa.

Apesar de a exposição ter entrada livre, a circulação na Praça da República, via pública, deverá respeitar o distanciamento físico e o uso de máscara será obrigatório.

O acesso à sala de exposição da Casa do Cante será condicionado à capacidade máxima autorizada pela DGS, respeitando o distanciamento entre pessoas, o uso de máscara e a higienização das mãos.

 

Espreite aqui o catálogo desta exposição:

 



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