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Curva epidemiológica, incubação, quarentena, isolamento, testes PCR e de antigénio, proteína spike, vacinas. Há quase um ano que a vida de todos nós foi inundada com termos científicos, outrora desconhecidos da maior parte da população. Mas, tantos meses depois, será que sabemos mesmo o que querem dizer? 

Carolina Malhão, Diogo Rama, Duarte Próspero e João Cardoso são estudantes do 3º ano do Mestrado Integrado em Medicina (MIM) da Universidade do Algarve (UAlg).

Colegas de curso, foi no âmbito do trabalho para uma unidade curricular que criaram este guia prático para a Covid-19. Mas a ideia, essa, surgiu a partir da sua experiência no terreno, como na Linha de Saúde 24, onde muitas vezes tiveram de explicar estes conceitos a quem ligava com dúvidas.

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A premissa resume-se numa frase de Diogo Rama: «queremos trocar as ideias mais difíceis por conceitos mais básicos, com imagens elucidativas e uma linguagem que chegue a toda a gente».

Para o jovem estudante, que já é licenciado em Enfermagem, a pandemia trouxe (ainda mais) a questão «das fake news e a dificuldade de aceder à informação em fontes fiáveis» porque «vemos, ouvimos e lemos tanta coisa em tantos lados».

Assim, este guia prático para a Covid-19, que já está disponível aqui e foi alvo de revisão científica dos professores do MIM, nasceu para combater a desinformação, condensando o que é relevante.

Ao longo das 26 páginas, fala-se um pouco de tudo. «Inicialmente, temos uma cronologia com uma pequena abordagem do que aconteceu ao longo do último ano. Explicamos também o que é um vírus, especificando as diferenças entre este e o da gripe, algo que ainda é muito discutido», explica Carolina Malhão.

E prossegue: «falamos também da incubação do vírus, explicando como é que eles trabalham no nosso organismo e a razão de haver pessoas sintomáticas, outras não. Além dessas questões, abordamos as diferenças entre os testes, os contactos de baixo e alto risco, a utilização das máscaras, as quarentenas e isolamentos, a vacinação, outro tema tão discutido, e os mitos».

Mesmo a parte menos ligada às questões sanitárias não passa ao lado. «Temos quatro páginas só para os apoios económicos, porque sabemos como a Covid-19 também afetou a saúde da carteira», diz Carolina, que é licenciada em Ciências Biomédicas.

 

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Diogo Rama, Carolina Malhão e João Cardoso – Foto: Pedro Lemos | Sul Informação

 

João Cardoso, também com licenciatura em Ciências Biomédicas e agora estudante do Mestrado Integrado em Medicina, conta como as temáticas selecionadas foram as que «nos pareceram mais relevantes».

«Em cada tema, juntamos sempre informações que as pessoas podem retirar para elas próprias, de uma forma pedagógica».

«O que queremos é equipar as pessoas com conhecimento fácil, rápido e simples. Se não estiverem informadas de forma simples sobre a vacinação, por exemplo, podem recusá-la e pôr-nos a todos em perigo», explica.

«Quando assistimos à reunião do Infarmed, por exemplo, ouvimos sempre alguns jargões técnicos e há pessoas que simplesmente desligam», complementa, por seu lado, Diogo Rama.

Durante a elaboração do guia, que demorou cerca de cinco semanas, os jovens estudantes foram fazendo um trabalho de «auscultação prévia» a familiares e amigos, para tentar explicar, de forma simples, os termos mais científicos. «Chegámos a um ponto de estar a ler frase a frase», recorda Diogo Rama.

Carolina Malhão conta uma história que é elucidativa da dificuldade da tarefa: «fiquei com a parte da vacinação e, quando mostrei a um amigo, ele perguntou-me o que era placebo. E eu, tão habituada ao tema e ao termo, fiquei surpreendida».

Além da publicação digital, a ideia, no futuro, é imprimir o guia para o distribuir «pelos centros de saúde, escolas e lares», já havendo «contactos feitos nesse sentido». O grupo de alunos conta com o apoio do Algarve Biomedical Center (ABC) para a impressão do guia.

Para os estudantes do MIM da Universidade do Algarve, a ajuda no combate à pandemia nem é nova, uma vez que participam, como voluntários, no SNS24 ou no projeto QClinic, também da UAlg.

O mais gratificante é poder ajudar «a mudar comportamentos». Neste caso específico do guia, Diogo Rama deixa um desejo: «Espero que, quando entregar isto à minha avó ou à minha tia, elas deixem de ficar com dúvidas sobre os riscos que correm».

 

 

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