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Portugal arrisca-se a não ter hotéis para acolher os turistas quando as restrições causadas pela pandemia deixarem de existir, caso o Governo não apoie as empresas do setor hoteleiro, alertou esta terça-feira a Associação da Hotelaria de Portugal (AHP).

Numa nota de imprensa, a associação avisou que «a decisão de proibição de circulação no âmbito do estado de emergência agora decretado vem agravar ainda mais a situação do setor da hotelaria», com a possibilidade de falências a crescer de dia para dia, não só por causa da pandemia, mas também por causa das medidas do estado de emergência decretadas pelo Governo.

«Sem apoios as empresas de hotelaria irão à falência e, quando houver turistas, não haverá hotéis disponíveis», avisou a AHP.

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Como João Soares, o representante desta associação no Algarve, já havia dito ao Sul Informação, estas medidas e o «modo avulso» como têm sido anunciadas estão a fazer com que se torne impossível para os hotéis planear a sua atividade, o que levará a mais encerramentos que o previsto, este Inverno.

Uma mensagem reforçada por  Raul Martins, presidente da associação, na nota de imprensa.

«As medidas, mas sobretudo as exceções, deste decreto governamental surpreendem-nos e muito», afirmou este responsável, referindo-se à proibição de circulação no âmbito do estado de emergência, vulgo recolher obrigatório.

«Permitimo-nos recordar ao senhor primeiro-ministro que a hotelaria, onde também existe restauração, está a sofrer brutalmente com o recolhimento, teletrabalho e a paragem da economia no geral», disse.

Mas não são apenas estas duas atividades que estão a sofrer, as dificuldades estendem-se a «agências de viagens, empresas de animação turística, de organização de eventos e de espetáculos e as discotecas».

«Todos estamos a sofrer com o lock down e a perda de turistas e os hotéis não vivem sem turistas, sejam nacionais ou estrangeiros. Discriminar uns negócios e não outros e comparar hotéis a restaurantes só revela erro de análise ou desconhecimento da realidade», considerou Raul Martins.

O dirigente da AHP  diz não não entender que, «no atual estado de emergência, serem admitidas certas exceções, como as que se verificam para o comércio, e serem colocadas limitações em 121 concelhos aos empreendimentos turísticos e aos estabelecimentos de restauração».

«O que está a acontecer é que mesmo as poucas reservas que havia para estes dois fins de semana vão ser canceladas. Os hotéis são locais absolutamente seguros e as pessoas que neles se pretendem alojar não têm interesse em deslocar-se para estarem fechadas num hotel a maior parte do tempo e com horas para poder regressar a casa», disse.

O presidente da AHP  lembra que «a hotelaria está já numa situação muito crítica, não há hóspedes» e que, «até ao final do ano», a associação estima  «que mais de 70% da oferta esteja encerrada e não reabra antes da primavera de 2021».

«Na época baixa, vivemos sobretudo das reservas de fim de semana e dos eventos corporate, que está em trabalho remoto, e outros eventos, que este ano pouco há. E com o estado de emergência e com esta proibição da circulação nos 121 concelhos mais importantes do país, que correspondem a cerca de 7 milhões de pessoas, a situação é desesperante para quem ainda se mantém aberto», disse.

«Se somos os primeiros interessados em que exista um generalizado cumprimento das regras que permitam controlar o crescimento da pandemia no nosso país, não podemos concordar quando estas avançam com medidas pouco claras e discricionárias, decididas em cima da hora, e sacrificam as poucas unidades hoteleiras e os trabalhadores que lutam por manter as suas portas abertas», acrescentou Raul Martins.

A Associação da Hotelaria de Portugal estima que a quebra nas dormidas, em 2020, «pode chegar a 46,6 milhões e a perda de receita a 3,6 mil milhões de euros, o que representa uma quebra de cerca de 80% face a 2019».

«Esperamos, sinceramente, que o Governo corrija rapidamente este erro», rematou o presidente da AHP.

 

 



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