Escolas do Baixo Alentejo começam o ano em segurança com a ajuda do Algarve Biomedical Center

Oito Câmaras do Baixo Alentejo assinaram protocolos com o centro académico algarvio para melhor preparar o início do ano letivo

Foto: Flávio Costa|Sul Informação

A realização de testes à Covid-19 a todos os funcionários das escolas e a preparação dos estabelecimentos de ensino para um início de ano letivo atípico, com a ajuda de técnicos especializados na área da saúde, vão assegurar que o regresso às aulas, em oito municípios do Baixo Alentejo, se faz com o máximo de segurança.

As Câmaras de Almodôvar, Alvito, Barrancos, Beja, Castro Verde, Mértola, Moura e Ourique estão a trabalhar em parceria com o Algarve Biomedical Center (ABC) para preparar as escolas dos oito concelhos alentejanos para o regresso às aulas.

A assinatura dos protocolos entre os oito municípios e o centro académico algarvio decorreu ontem, na sede da Comunidade Intermunicipal do Baixo Alentejo (Cimbal), em Beja, oficializando uma parceria que, na prática, já começou.

«Já estamos a trabalhar com as escolas na implementação de medidas. E é assim que as coisas devem ser feitas. As próprias instituições sabem melhor que ninguém como se deve atuar dentro da sua própria casa», ilustrou ao Sul Informação Nuno Marques, presidente do ABC, à margem da sessão.

«O ponto forte destes protocolos é nós estarmos, mais uma vez, a contribuir para ajudar a população, dentro dos conhecimento técnicos que temos nesta área», resumiu o mesmo responsável.

«Numa altura que nós sabemos que é complicada, em termos de ansiedade, é muito importante que as pessoas saibam que estamos todos a trabalhar para que os riscos de quem vai começar as aulas estejam minimizados», reforçou.

 

Nun Marques, presidente do ABC – Foto: Flávio Costa|Sul Informação

 

Isso passa, desde logo, por testar «todos os funcionários, docentes e não docentes».

Este é um passo importante para a prevenção da propagação da Covid-19, nos estabelecimentos escolares, já que se parte «do princípio que, nas férias, as pessoas relaxam um pouco».

«Serão testados todos os funcionários. Ao todo, devemos estar em mais de três mil testes. Ainda são bastantes», revelou Nuno Marques.

«Já começámos a testar porque estas pessoas, apesar de as aulas só começarem na próxima semana, já estão, em muitos casos, a trabalhar nas escolas. Portanto, a altura de fazer os testes é quando elas regressam ao trabalho, não apenas quando começam as aulas», acrescentou o presidente do ABC.

Mas a colaboração entre o ABC e as escolas alentejanas, ao abrigo da parceira ontem oficializada, vai bem mais longe. O centro académico também está a ajudar as instituições a preparar os diferentes espaços, sejam salas de aula, sejam outras áreas de uso partilhado, bem como na criação de protocolos de segurança e de circuitos de circulação.

«Nós estamos a disponibilizar um apoio às instituições, desde o início até ao fim do ano letivo, quer seja na preparação e prevenção das ocorrências ao longo do ano, quer seja na possibilidade de intervenção, de forma articulada, com todas as instituições, em eventual caso de necessidade», resumiu Nuno Marques.

O centro académico algarvio está, «em conjunto com as escolas, a definir protocolos, a validar os planos de contingência que eles têm, a verificar circuitos e a identificar forma de gerir espaços comuns, em cada instituição».

Ou seja, «foram identificadas pelos agrupamentos as áreas mais críticas. Os nossos técnicos foram lá e estiveram com eles no terreno, numa visita inicial».

 

 

Antes do início do ano letivo, será realizada nova visita, pelos elementos do ABC, «para verificar se as medidas que acordadas foram implementadas e se falta mais algum ajuste».

«Depois, ao longo do ano letivo, serão feitas visitas de acompanhamento. Porquê? Isto é uma situação evolutiva e vai ser necessário adaptar e corrigir eventuais pequenas falhas que possam surgir, sempre com o objetivo de prestar o melhor serviço à comunidade escolar», adiantou Nuno Marques.

«Será natural que haja ocorrências. Todos sabemos disto. Temos é de estar preparados e atuar devidamente, com calma e com toda a segurança, para quem está nas escolas», disse, ainda.

Este trabalho também visa dar mais tranquilidade aos pais dos alunos, neste regresso às aulas.

«Considerámos que seria importante, ter um acompanhamento técnico mais direcionado e mais especializado, para melhor programar o início do ano letivo, para que toda a comunidade escolar, incluindo os pais, sintam uma confiança reforçada neste início do ano escolar», ilustrou Jorge Rosa, presidente da Cimbal, aos jornalistas.

O também presidente da Câmara de Mértola lembrou que houve muitas autarquias do Baixo Alentejo a aceitar novas competências na área da educação, o que faz com que este protocolo, além de «interessantíssimo», seja, para os municípios envolvidos, «muito importante».

«Infelizmente, devido à situação que estamos a viver, tivemos de criar novas parcerias. E, aqui, destaca-se o centro ABC. Em boa hora iniciámos esta parceria, tentando prevenir e melhorar alguns aspetos, nos municípios, em relação à pandemia», disse Jorge Rosa.

 

Jorge Rosa, presidente da Cimbal e da CM de Mértola . – Foto: Flávio Costa|Sul Informação

 

Ainda assim, nem todas as Câmaras Municipais da Cimbal aderiram a estes protocolos.

A Comunidade Intermunicipal dirigiu o convite para se juntar a este projeto aos 13 municípios que a compõem, mas «cinco dos municípios, ou não responderam ou disseram que não tinham interesse neste protocolo».

Isso não quer dizer que as Câmaras de Aljustrel, Cuba, Ferreira, Serpa e Vidigueira, as que não assinaram os protocolos, «não tenham outra solução alternativa».

«Eu acho que a preocupação com o início do ano escolar é partilhada pelos 13 municípios, porque nós falamos disto no conselho intermunicipal e eu percebi que existia essa preocupação», disse Jorge Rosa.

«Agora, a minha opinião é que este é um protocolo de uma dimensão interessante, que nos dá confiança a todos, incluindo aos pais e aos alunos. Por isso é que eu achava que era meritório e que devia ser aceite por todos», ilustrou o presidente da Cimbal.

«Mas, quem gere cada uma dessas cinco Câmaras é quem melhor sabe qual a solução que quer ter», rematou.

Jorge Rosa fez questão de frisar que a preocupação da Cimbal, desde que assumiu a presidência, «tem sido sempre promover a intermunicipalidade em rede, trabalhar em economia de escala, trabalhar em relação, sempre com pensamento coletivo».

«Aqui, acabamos por não ser os 13, mas somos oito. Ou seja, esse pensamento coletivo está aqui salvaguardado e a intermunicipalidade também. É óbvio que preferia que fossemos 13, mas, não sendo, será feito com estes oito», disse.

O que é certo é que a relação entre a Cimbal e o ABC parece ser cada vez mais sólida.

«Nós fomos muito bem recebidos aqui. É muito fácil trabalhar com as instituições do Baixo Alentejo e estamos cá para dar o nosso contributo e o nosso know how», assegurou Nuno Marques.

«O  ABC está aqui no Alentejo de alma e coração», afirmou o presidente do centro académico.

 

Fotos: Flávio Costa|Sul Informação

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