Beja: Realojar famílias dos bairros Mira Serra e Saibreiras e repor normalidade na Escola Mário Beirão

Quartel do Regimento de Infantaria também foi afetado

Paulo Arsénio, presidente da Câmara Municipal de Beja

As prioridades da Câmara Municipal de Beja, quanto aos estragos provocados pelo tornado que atingiu parte da cidade esta manhã, são realojar as famílias que precisem, nos bairros Mira Serra e das Saibreiras, e ainda repor a normalidade da Escola Mário Beirão, disse o presidente Paulo Arsénio aos jornalistas.

«A nossa prioridade incide sobre os bairros Mira Serra e das Saibreiras, no sentido de saber se há pessoas que precisem de realojamento por uma noite ou duas ou até eventualmente mais, porque foram zonas da cidade onde alguns telhados deixaram de ter condições de proteger as habitações», explicou o autarca.

«Temos equipas no terreno a fazer o levantamento, para saber se há necessidade de realojamento de famílias que tenham ficado com as habitações seriamente danificadas», acrescentou.

Também prioridade é a Escola EB 2,3 Mário Beirão, «para tentar assegurar que as aulas, na segunda-feira, possam reiniciar-se». No entanto, avisou Paulo Arsénio, «não é uma certeza absoluta» que isso possa acontecer.

Neste estabelecimento de ensino, onde se registou o único ferido leve causado pelo tornado – «uma criança com um corte pequenino numa mão» por causa de uma janela que lhe caiu em cima -, os danos envolvem «vidros partidos, a cobertura de uma zona comum levantada e telas de ensombramento destruídas».

O presidente da Câmara de Beja anunciou que «a expectativa é que as reparações sejam feitas ainda durante o dia de hoje ou no fim de semana», garantindo que «a comunidade escolar será informada se poderá voltar na segunda-feira».

Além dos bairros, da escola, do estacionamento do Parque de Feiras e Exposições, de telhados destruídos ou levantados em vários edifícios, Paulo Arsénio disse que «houve sérios danos» no Regimento de Infantaria, nomeadamente «um muro destruído e várias árvores arrancadas no perímetro» do quartel.

Na zona afetada, deu-se a queda de cerca de uma centena de árvores, bem como danos em cerca de 30 a 40 viaturas e em infraestruturas, como telhados e antenas.

Em termos globais, a autarquia ainda não calculou os danos causados pelo tornado desta manhã, mas o presidente adianta que os danos materiais em imóveis e em viaturas ascendem a um valor «muito elevado».

Para já, aconselhou as pessoas afetadas a recorrem às suas companhias de seguro, admitindo que a Câmara Municipal também possa assumir alguns eventuais prejuízos.

«Vamos responder a tudo, mas não conseguiremos resolver tudo, ao mesmo tempo, em todos os pontos da cidade», assegurou o edil.

 

No terreno, além dos Bombeiros de Beja, estão já elementos das corporações de de Ferreira do Alentejo, de Serpa e de Cuba, num total de 29 operacionais e 12 viaturas.

Paulo Arsénio sublinhou que a resposta inclui os serviços da «Câmara de Beja, com a ajuda dos Bombeiros, das equipas das freguesias urbanas, da Santa Casa da Misericórdia» e da PSP e GNR.

Para já, além do levantamento dos danos em habitações e das eventuais necessidades de realojamento, está também a fazer-se a «limpeza rápida das vias da cidade que ficaram seriamente obstruídas, mesmo impedindo a passagem em algumas zonas».

O presidente da Câmara admite que também poderá haver árvores que «ofereçam um certo risco de queda», porque «há pernadas que, não tendo caído, ficaram afetadas».

Pedro Barahona, comandante da Corporação de Bombeiros de Beja, disse que, neste momento, já «todas as situações prementes estão resolvidas», nomeadamente o que se refere a «restabelecer a circulação automóvel, a segurança da circulação dos cidadãos, resolver os problemas de danos em veículos e de quedas iminentes de estruturas».

«Agora vamos começar a trabalhar em zonas não prioritárias, mas que têm situações a ser resolvidas», nomeadamente alocando «recursos para a escola Mário Beirão, que foi evacuada na altura do evento».

Quanto ao tornado, que varreu uma parte da cidade por volta das 10h55 da manhã desta sexta-feira, o presidente Paulo Arsénio salienta que se tratou de «um fenómeno de muito curta duração e de uma violência extrema». «Pessoas disseram-me que começaram por ouvir um assobio e que, no espaço de 30 segundos, caíram pinheiros grandes, saudáveis, nesta parte da cidade».

O tornado «afetou apenas uma pequena faixa da cidade, a grande maioria da cidade poupada. Pessoas que estavam a 500 metros disto nem se aperceberam do que estava a acontecer».

O comandante dos Bombeiros contou que «o fenómeno meteorológico atravessou a cidade de Beja na zona Sul e Sudeste, entrou na zona do IP2, junto ao Regimento de Infantaria, e cortou sempre por esta zona sul da cidade, apanhando em linha reta o Parque de Feiras e Exposições, o Bairro do Mira Serra, e depois finalizando na Nacional 260/IP8, tendo provocado também alguns danos no bairro das Saibreiras».

 

Fotos: Ana Mendes | Sul Informação

 

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