Ministra da Agricultura convidada a ir a Santiago do Cacém ver «cenário dramático» causado pela seca

Produção em quase 4 mil hectares da região de Campilhas e Alto Sado está em risco

A Câmara e os produtores agrícolas de Santiago do Cacém querem que Maria do Céu Albuquerque, a ministra da Agricultura, visite a região de Campilhas e Alto Sado, para conhecer in loco o «cenário dramático que aqui se vive devido à falta água para a rega dos 3800 hectares (ha) de área beneficiada pelas duas albufeiras».

Álvaro Beijinha, presidente da Câmara de santiago do Cacém, Joaquim Matias Chainho, presidente da Associação de Regantes e Beneficiários de Campilhas e Alto Sado, Carlos Parreira do Amaral, presidente da Associação de Orizicultores de Portugal, e Idálio Espada, presidente da AlenSado – Cooperativa Agrícola do Sado endereçaram um convite à governante para se deslocar a este concelho alentejano.

Na mesma missiva, assinada por Álvaro Beijinha «em nome das entidades preocupadas com esta realidade», é manifestada a preocupação da autarquia e dos produtores «com os 1150 ha de arroz, os 950 ha de milho, os 350 ha de tomate, os 550 ha de prados e forragens, os 200 ha de hortícolas e 600 ha de outras culturas que não vão ser efetuadas, com claro prejuízo para os agricultores e para a economia regional e nacional».

«A dimensão do problema é grave, pois aqui incluem-se alguns setores que asseguram a autossuficiência alimentar do país e que contrariam o défice estrutural da balança agroalimentar, por via das exportações. Em termos regionais são mais de sete milhões de euros que deixam de vir para a região», avisa o edil.

Tendo em conta que as ligações já existentes à barragem do Alqueva «permitem a rega de 3000 hectares» e que uma nova ligação a esta albufeira, a concretizar no ano que vem, permitirá regar mais 600, há «um contraste gritante entre um bloco de rega que está a trabalhar em pleno, com uma enorme dinâmica e vitalidade, ao mesmo tempo que a restante área e os restantes agricultores não têm qualquer água para rega».

Álvaro Beijinha tem esperança que durante uma eventual deslocação da ministra a Santiago do Cacém seja possível discutir com «medidas de apoio para estes agricultores que estão a viver uma situação complicada e a própria associação de regantes, que vive da venda da água e tem um conjunto significativo de trabalhadores, atravessa grandes dificuldades. Estas são matérias determinantes para o futuro da agricultura no nosso concelho.

A Câmara de Santiago lembra que, apesar da precipitação ter sido «relativamente abundante em quase todo o território nacional», no final de 2019 e no início de 2020, «esta região encontra-se numa situação de escassez de água, o que é um claro reflexo dos efeitos das alterações climáticas».

 



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