A empresa que detém o Vilanova Resort, no concelho de Albufeira, é «um dos muitos exemplos do aproveitamento que alguns grupos económicos estão a fazer do atual surto epidémico», denunciou a concelhia do PCP de Albufeira. Neste momento, «são cerca de 40 os trabalhadores desta unidade hoteleira que estão com os salários de Março, Abril e Maio em atraso».
Apesar das sucessivas denúncias por parte do Sindicato dos Trabalhadores do Hotelaria do Algarve e das diversas ações de luta que foram realizadas, incluindo uma concentração de trabalhadores no passado dia 23 de Junho, «a situação mantém-se inalterada», garantem os comunistas.
«Mais grave ainda é o facto de ter sido denunciado que a referida empresa terá recorrido ao regime do layoff simplificado, recebendo avultadas quantias vindas do erário público (meses de Abril e Maio), mas não pagando os respetivos salários aos trabalhadores», acrescenta o PCP.
Os comunistas dizem mesmo que tem havido «tentativas de despedimento de alguns trabalhadores (com cartas para que não se apresentem no local de trabalho), bem como a não renovação de contratos a termo, sem que tenha existido até ao momento nenhum tipo de intervenção sobre a matéria, designadamente por parte da Autoridade para as Condições de Trabalho».
O PCP considera esta situação «inaceitável» e informa que exigirá do governo, através do seu Grupo Parlamentar, «uma rápida intervenção e esclarecimentos sobre esta situação».
Desde o início dos impactos do surto epidémico que o PCP tem vindo a exigir a «proibição dos despedimentos e o pagamento dos salários a 100%, não apenas para assegurar a sobrevivência de milhares de trabalhadores, mas também como passo importante para garantir a retoma da atividade económica em Portugal. Não é aceitável que num setor – o Turismo – que atingiu nos últimos anos lucros fabulosos na região do Algarve, sejam os trabalhadores a pagar as consequência da epidemia».