Montemor-o-Novo recusa diminuição dos serviços de saúde no pós-Covid

Autarquia preocupada com o facto de a totalidade dos serviços ainda não ter sido reposta

A Câmara de Montemor-o-Novo não aceitará «qualquer tentativa de diminuir os serviços de saúde prestados à população do concelho» e quer que todas as unidades de saúde do concelho voltem a funcionar a funcionar em pleno, depois das limitações impostas pela Covid-19.

«Ultrapassada a fase mais critica da Pandemia, que felizmente não afetou muito o nosso concelho, não pode deixar de nos preocupar que a totalidade dos Serviços não tenha ainda sido resposta», revelou a Câmara de Montemor-o-Novo, numa nota de imprensa.

É que, lembrou a autarquia, devido à Covid-19, houve «extensões de saúde que ficaram apenas com serviço de enfermagem, sem serviços administrativos ou serviços médicos, extensões que mantiveram os serviços administrativos e de enfermagem e extensões que mantiveram todos os serviços, reduzindo os horários».

«Como a população mais vulnerável não podia ficar sem resposta, foram as Juntas de Freguesia a estar na linha da frente assumindo através dos seus funcionários o contacto com o Centro de Saúde, tratando de receituário e baixas e distribuindo-as pelos utentes», acrescentou.

Passado o pior e numa altura em que o desconfinamento está em velocidade cruzeiro, o município alentejano defendeu que  «o trabalho administrativo de uma extensão de saúde não pode continuar a passar pelos funcionários das Juntas de Freguesia e as populações, sobretudo os mais idosos, isolados e com doenças crónicas, não podem ficar sem consultas médicas ou continuar a fazê-las por telefone».

Por outro lado, a autarquia diz-se preocupada com «as informações entretanto surgidas na freguesia de S. Cristóvão e de Cabrela de que a médica afeta a estas Extensões não vai voltar. Estamos a falar de freguesias com população idosa, na sua maioria, e que distam bastante da sede de concelho, populações que por motivos óbvios não podem ficar sem médico de família».

«A agravar toda esta situação é de referir que foram restringidos ou eliminados os transportes públicos de e para as freguesias rurais o que impossibilita a deslocação para a sede de concelho para tratar de assuntos médicos. Os serviços de transporte entretanto repostos continuam a ser manifestamente insuficientes para dar resposta a esta camada da população que assim se vê cada vez mais isolada e limitada no seu direito à saúde», avisou a Câmara.

Na última reunião de Câmara o executivo de Montemor-o-Novo deliberou não só pedir a reposição integral dos serviços de saúde no concelho, mas também pedir esclarecimentos à ARS Alentejo sobre este assunto, «reiterar a solidariedade para com os utentes das extensões de saúde que se viram limitados no acesso a um serviço público de qualidade» e salientar «a urgência de que sejam contratados, no imediato,trabalhadores por forma a suprir as necessidades do concelho a nível de cuidados de saúde».



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