Os 16 municípios algarvios estão a preparar equipamentos, como pavilhões, para receberem grupos de pessoas que venham a precisar de ficar em quarentena ou necessitem de cuidados médicos ligeiros devido à Covid-19.
Esta é uma medida que quer «precaver situações graves, como a que aconteceu em Faro», explicou António Pina, presidente da AMAL – Comunidade Intermunicipal do Algarve, ao Sul Informação.
Na capital algarvia, a autarquia teve de, rapidamente, transformar o Pavilhão da Escola EB 2,3 Santo António em local de acolhimento para 74 pessoas que estiveram em contacto com um caso confirmado de Covid-19.
«Todos estamos a identificar locais e equipamentos, caso seja necessário ativar essa resposta. Estamos também a definir, em conjunto com a Administração Regional de Saúde e o Centro Hospitalar e Universitário do Algarve, a necessidade de aumentar o número de camas não hospitalares para dar resposta a cidadãos que, depois de sair do hospital, necessitem de cuidados ligeiros e que não tenham como ir para casa», explicou o presidente da AMAL.
Ou seja: a ideia também passa por acolher pessoas que, «tendo um risco elevado de contágio», não queiram – ou não possam – regressar às suas casas. A decisão sobre qual a utilidade a dar aos espaços «é feita caso a caso, dependendo do que for articulado com as entidades de saúde».
O Sul Informação procurou saber, junto de todos os municípios, que respostas estão preparadas e descobriu que já há bastante trabalho feito.
Em Portimão, o primeiro concelho algarvio a ter um caso de Covid-19, desde 20 de Março que um pavilhão municipal está pronto a receber até 18 pessoas.
O equipamento foi dividido em duas áreas distintas – uma para adultos, outra para crianças. Há, ainda, um outro pavilhão já preparado com capacidade para seis pessoas, bem como um gabinete médico com 20 kits de reserva (cama, almofada e saco de cama). A isto, juntam-se mais quatro pavilhões prontos e o Portimão Arena como reserva.
Quanto a Albufeira, também tem «várias respostas preparadas», garantiu José Carlos Rolo, presidente da Câmara. O Pavilhão Municipal já está equipado com 30 camas e o Pavilhão da Escola Francisco Cabrita está «pronto para, se necessário, acolher pessoas sem-abrigo».
Já o Hotel Real Bela Vista tem disponíveis «20 quartos para idosos» e o Pateo Village, um empreendimento turístico, disponibilizou 50 apartamentos para profissionais de saúde ou forças de segurança. «Sete ou oito já estão a ser usados», adiantou José Carlos Rolo.
Passando para Lagoa, a autarquia tem prontos dois pavilhões escolares: o da Escola Jacinto Correia e o da Secundária. «Estão limpos e desinfetados, com uma capacidade total de 140 camas», disse Luís Encarnação, presidente da Câmara, ao Sul Informação.
Em Castro Marim, o Lar de Altura, infraestrutura nova que seria inaugurada brevemente, ganhou uma nova utilização, ainda antes de entrar em funcionamento: vai ser o local, já pronto, para receber até 70 pessoas em quarentena, caso seja necessário.
Ali ao lado, em Vila Real de Santo António, a Câmara já identificou o Pavilhão Municipal, junto ao Centro de Saúde, como o melhor sítio. O equipamento ainda não está pronto, mas, mal seja necessário, será equipado.
Em Loulé, Vítor Aleixo, presidente da Câmara de Loulé, disse ao Sul Informação que o Pavilhão Municipal, também perto do Centro de Saúde, já tem todo o material para poder receber pessoas. No concelho também há outros locais a ser preparados.
O mesmo acontece com o município vizinho de São Brás de Alportel: o Pavilhão Municipal está equipado com 18 camas, que podem ser aumentadas até às 30.
Quanto a Alcoutim, tem dois pontos identificados. Na sede de concelho, há uma ala da Pousada da Juventude já pronta e com duas zonas: uma para doentes e outra para profissionais de saúde.
Já em Martim Longo, o Salão do Centro Paroquial será transformado, para ser outro local pronto a receber pessoas. A capacidade total, dos dois espaços, é de cerca de 60 camas.
Passando para Silves, preparou uma ZAP junto ao Centro de Saúde de Silves, nas instalações do Instituto Piaget. Nesta primeira fase foram instaladas 50 camas, com a possibilidade de reforço. Para o seu funcionamento em pleno, este equipamento aguarda a chegada de um contentor para banhos e higiene, que será totalmente suportada pelo Município de Silves. .
A esta ZAP irão juntar-se mais duas, em Silves: uma no Pavilhão Municipal e Escola EB1 de Pêra (50 camas) e outra no Pavilhão de Armação de Pêra (80 camas).
Em Lagos, por sua vez, há seis locais preparados: o Pavilhão Municipal (250 camas), o Motel Âncora (120 camas), a Pousada da Juventude de Lagos (58 camas), o Hotel Sensation Guest House (10 camas), a Messe Militar – Edifício Infante (65 camas) e Edifício D. Sebastião (100 camas), num total de aproximadamente 600 camas.
Noutros municípios, como Aljezur e Olhão, o nosso jornal também apurou que estão a ser feitos esforços para preparar equipamentos municipais.
Atualizado às 16h51 de dia 28 de Março com novas informações sobre Silves e Lagos
