Sindicatos aconselham médicos de Beja a apresentar «minutas de isenção de responsabilidade por falta de meios»

Sindicatos exigem «rigoroso inquérito» à morte de um paciente enquanto esperava para ser atendido nas urgências de Beja

Os sindicatos dos Médicos da Zona Sul (SMZS) e Independente dos Médicos (SIM) aconselham os médicos do Hospital de Beja a «apresentar as minutas de isenção de responsabilidade por falta de meios», na sequência da morte de um doente na sala de espera das urgências de Beja, no início da semana.

Os dois sindicatos estiveram ontem reunidos com clínicos desta unidade de saúde. No final do encontro, para além de exigir um «rigoroso inquérito» para se identificar as causas da morte do paciente, apelaram aos médicos para que «não cedam a pressões que ponham em causa os cuidados prestados à população, pois a defesa do doente é a função primordial do médico».

«Por isso, é importante que sejam respeitados o número e a especialização dos elementos de escala de urgência, de forma a evitar longos períodos de espera que, por vezes, pode pôr em risco a vida e a qualidade dos cuidados a prestar», defendem.

Os sindicalistas não poupam, por outro lado, críticas ao Governo e ao Conselho de Administração do Hospital de Beja.

«Este é mais um exemplo da inabilidade deste Governo em atrair médicos para zonas carenciadas e reflete uma gestão incompetente por parte de Conselhos de Administração, inaptos para desempenhar a sua função», dizem os sindicatos, num comunicado conjunto.

É que, dizem, «a dificuldade em captar médicos para o hospital é evidente, tal como se constatou durante o verão, com o encerramento, por várias vezes, do Serviço de Urgência de Obstetrícia, obrigando a que as doentes se deslocassem mais de 200 quilómetros».

«Este sempre foi um hospital carenciado em termos de médicos, assim como de outros profissionais de saúde, e os sucessivos Conselhos de Administração têm demonstrado incapacidade para atrair profissionais, pondo em causa os cuidados de saúde prestados à população. A carência de médicos vai ainda ser agravada nos próximos anos, dada a sua faixa etária», avisam o SIM e o SMZS.

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