Especialista em ferrovia defende ligação da Linha do Algarve ao Aeroporto

Novo livro foi apresentado na histórica Estação do Rossio

A ligação entre a Linha do Algarve e o Aeroporto de Faro «seria uma mais-valia». Esta é uma das ideias fortes defendidas pelo especialista Francisco Furtado, num livro em que aborda o passado, o presente e o futuro da ferrovia.

A obra chama-se “A ferrovia em Portugal – Passado, presente e futuro” e faz parte do conjunto de ensaios da Fundação Francisco Manuel dos Santos.

No livro, Francisco Furtado começa por fazer um enquadramento geral: «no Algarve residem cerca de 500 mil habitantes, número que dispara para os 2 milhões no período de Verão».

Posto isto, «ter uma linha e serviços modernos capazes de fazer interface direto com o Aeroporto de Faro e interligar todos os importantes centros urbanos da região de forma rápida, segura e com o mínimo de conforto seria uma mais-valia», defende.

Para Francisco Furtado, «poderá até equacionar-se uma futura ligação a Espanha até Huelva e Sevilha».

O Alentejo também não é esquecido. O autor defende, neste sentido, que «modernizar a Linha do Alentejo entre Casa Branca e a Funcheira permitiria estabelecer ligações de boa qualidade entre Beja e o seu aeroporto ao longo de três eixos, um deles até Lisboa, outro até Faro e um terceiro para Évora e Estremadura espanhola».

 

 

«Existiria, deste modo, uma alternativa à Linha do Sul, inclusive no acesso de Sines até à fronteira espanhola. As operações até à mina de Neves-Corvo também poderiam ficar a ganhar, sobretudo se o Ramal de Neves-Corvo for eletrificado e se criarem condições para a circulação de comboios maiores», explica.

Só que Francisco Furtado também deixa um aviso: «alcançar estes objetivos requer encontrar um equilíbrio, nem sempre possível de alcançar, entre alternativas que sejam simultaneamente capazes de atrair volumes de procura significativos e terem custos de construção comportáveis».

Este é um ensaio em que o autor analisa e explica a evolução de mais de século e meio de existência do caminho de ferro português, defendendo a ferrovia como alavanca do desenvolvimento económico, fundamental para setores estratégicos.

Francisco Furtado é analista no Fórum Internacional do Transporte (FIT/ITF), parte da Organização de Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE). Licenciado em Engenharia Civil pelo Instituto Superior Técnico, trabalhou na direção de várias obras públicas.

Regressou à academia, onde obteve o grau de mestre em Sistemas Complexos de Infra-estruturas de Transporte e de doutor em Sistemas de Transportes, ambos ao abrigo do programa MIT Portugal.

As suas teses debruçaram‑se sobre a questão ferroviária, em particular na vertente de mercadorias. É autor de vários artigos e relatórios sobre a ferrovia, novos sistemas de mobilidade e descarbonização dos transportes.

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