Comissões de Utentes do Litoral Alentejano protestam hoje em Lisboa contra “escassez de cuidados de saúde”

Luta das comissões de utentes já dura há uma década

As comissões de utentes dos hospitais e centros de saúde do Litoral Alentejano manifestam-se esta sexta-feira, dia 28, em Lisboa, frente ao Ministério da Saúde, em protesto contra a “escassez de cuidados de saúde” e a “falta de profissionais” na região.

Dinis Silva, porta voz da coordenadora das comissões de utentes, explicou que “há falta de médicos, enfermeiros, auxiliares e assistentes técnicos no Hospital do Litoral Alentejano (HLA) e nos centros de saúde as condições dos edifícios são precárias”.

Por outro lado, acrescentou, nos concelhos de de Alcácer do Sal, Grândola, Santiago do Cacém, Sines e Odemira, “há cerca de 11 mil utentes sem médico de família, a urgência de pediatria do HLA continua a funcionar sem médico pediatra e há localidades que só têm médico de 15 em 15 dias”.

O porta voz adiantou que, em serviços como otorrinolaringologia, os tempos de espera “chegam aos mil dias, cerca de três anos”, havendo muitos outros serviços em que o tempo de espera ultrapassa o que está definido por lei como máximo. Em algumas especialidades, só há um médico para cada 100 mil utentes.

Outra queixa tem a ver com a degradação das instalações de centros e extensões de saúde nos concelhos de Santiago do Cacém, Grândola e Odemira.

Os utentes exigem ainda a colocação de uma ambulância de Suporte Imediato de Vida no Serviço de Urgência Básica de Alcácer do Sal.

O porta voz das Comissões de Utentes denuncia igualmente que a nova urgência do HLA, um investimento de cerca de dois milhões de euros, “está por abrir há mais de um ano, por falta de mais de 15 enfermeiros” que possam assegurar o serviço.

São estas as principais razões que levam as comissões de utentes a ir hoje “bater à porta da ministra da Saúde”.

A manifestação deverá juntar também médicos, enfermeiros em greve na Unidade Local de Saúde do Litoral Alentejano, auxiliares, autarcas, dirigentes e delegados sindicais, além dos utentes.

A ação de protesto está marcada para as 10h30, saindo os autocarros de Santiago do Cacém.

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