Migração do TDT no Algarve e Alentejo arranca já em Fevereiro

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O Algarve e Alentejo vão ser as primeiras regiões do país a fazer a migração da frequência TDT, num processo que arranca a 7 de Fevereiro. A mudança «vai melhorar a qualidade da receção significativamente», garantiu Miguel Henriques, chefe da Divisão de Consignação de Frequências e Licenciamentos da ANACOM. 

A Autoridade Nacional de Comunicações (ANACOM) aproveitou a realização do Congresso Nacional da ANAFRE, em Portimão, para dar a conhecer o que será isto das migrações dos emissores TDT.

Em conferência de imprensa, João Cadete de Matos, presidente da ANACOM, começou por explicar que este processo é «uma preparação para o 5G, sob pena de, no futuro, haver interferências se não se fizesse a migração».
 

João Cadete de Matos – Foto: Pedro Lemos | Sul Informação

 
A ideia é libertar a faixa dos 700 MHz, porque, só assim, poderão ficar acessíveis os serviços de comunicações eletrónicas terrestres sem fios de banda larga (5G).

Em termos mais técnicos, os 240 emissores que vão alterar a frequência partilham todos o mesmo canal radioelétrico – o 56. Com este processo, cada região passará a ter o seu próprio canal, o que «vai melhorar o serviço e a qualidade da receção», garantiu Miguel Henriques.

No dia da migração, se é utilizador do TDT, não se assuste se encontrar o ecrã a negro. É sinal de que será necessário fazer a reconversão do sinal. Para tal, basta usar o comando da TV ou do descodificador do TDT, carregando na tecla menu e seguindo as instruções.

E atenção: este processo não quer dizer que terá de contratar serviços de televisão paga. A TDT continuará a existir e sem ter de pagar nada.

 

Datas das alterações

 

«É uma migração gratuita, sem qualquer custo, e queremos garantir que as pessoas estão informadas sem que sejam enganadas», disse João Cadete de Matos aos jornalistas.

«Vamos ter a colaboração na divulgação a toda a população, das Câmaras e Juntas de Freguesia. Faremos tudo para que as pessoas estejam informadas e, por isso, vão receber uma carta que explica a situação e o calendário das migrações. Será, tipicamente, duas ou três semanas antes», acrescentou.

Ainda assim, a verdade é que se espera alguns problemas. Se houver dificuldades, a ANACOM criou uma linha telefónica (800 102 002), disponível todos os dias das 9h00 às 22h00 e sem custos.

Se os problemas persistirem, «haverá agendamentos de idas de técnicos à casa das pessoas, também gratuitamente», garantiu João Cadete de Matos.

E porquê começar este processo, que será à escala nacional, pelo Sul? O presidente da ANACOM explicou que foi um pedido da Altice, que assegurará a parte técnica de tudo, devido «às condições climatéricas».

«Se começássemos no Norte, nesta altura de Fevereiro, Março, haveria antenas que seriam mais complicadas. Assim, começamos no Sul e em Abril, Maio e Junho estaremos no Centro e Norte», justificou.

 

Datas das alterações

 

Certo é que, mais de 10 anos depois da implementação da TDT em Portugal, ainda há pessoas que se queixam da falta de cobertura.

No mesmo dia em que a ANACOM deu esta conferência de imprensa, a entidade tinha estado reunida com autarcas da Comunidade Intermunicipal do Baixo Alentejo (CIMBAL), onde foi passada essa mensagem por parte dos autarcas.

«Ainda há presidentes de Câmara e de Junta a dizerem-nos que há pessoas que dizem que querem ver televisão gratuita e não podem, mas a TDT chega a 100% dos portugueses: pode ser vista pelos portugueses em qualquer local. Na maior parte do território, pode ser vista pelo sinal terrestre, mas há algumas zonas em que poderá ser precisa a antena por satélite», explicou João Cadete de Matos.

É que, reconheceu, em jeito de conclusão, os operadores de TV por cabo foram mais «ágeis e eficazes» do que, muitas vezes, a divulgação de que é possível ver-se televisão de forma gratuita.

 

 

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