Faro, Loulé e Sines juntam-se a movimento de festivais que querem mudar o mundo

15 promotores de festivais e eventos culturais juntaram-se para «consciencializar e convocar a sociedade para a mudança de comportamentos»

Os festivais F e Açoteias (Faro), MED (Loulé) e de Músicas do Mundo (Sines) aderiram ontem, dia 15 de Janeiro, a um movimento nacional cujo objetivo é «consciencializar e convocar a sociedade para a mudança de comportamentos», nomeadamente os jovens.

As Câmaras de Loulé, Faro e Sines juntaram-se a outras 12 entidades promotoras de espetáculos, festivais e eventos em Portugal e assinaram uma DeclareAção, «a primeira declaração que, para assinar, é preciso agir».

Também o Festival Sudoeste, no concelho de Odemira, que é organizado pela empresa Música no Coração, aderiu à iniciativa.

«O movimento, inspirado no ano de “Lisboa Capital Verde Europeia”, irá mobilizar jovens de todo o país para definir ações que façam do mundo um lugar melhor, dando assim origem à primeira declaração de atitudes que todos poderão “assinar” ao colocá-las em prática», segundo o movimento.

Este «movimento nacional de consciencialização por um mundo melhor» é uma iniciativa «inédita» em Portugal, que visa «desafiar a comunidade nacional a adotar comportamentos em prol de uma sociedade mais justa e equilibrada, utilizando as plataformas digitais e o seu potencial mobilizador como principal canal de convocação».

Para criar esta “declaração de ações” as entidades «irão desafiar jovens lideranças de todo o país para um workshop do qual resultarão 17 atitudes. Essas atitudes, baseadas nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU, focar-se-ão em áreas tão distintas como as alterações climáticas, a diversidade, a inclusão social, o desenvolvimento económico, a reciclagem, entre outras, cumprindo todas elas com a premissa de contribuírem ativamente para a construção de um mundo melhor».

A seleção dos jovens, que deverão ter entre os 16 e os 30 anos, assim como o workshop, decorrerão no mês de Fevereiro. A divulgação das 17 atitudes está agendada para o início de Março.

Segundo Vítor Aleixo, presidente da Câmara de Loulé, a autarquia louletana «considera a salvaguarda ambiental e a ação climática como a maior responsabilidade do século XXI, pelos impactos e consequências transversais, tanto a nível ambiental, como económico e social e por isso um colossal desafio também no plano local que se impõe encarar».

«Neste contexto, com o objetivo de sensibilizar a sociedade para a mudança de comportamentos, tem sido contínuo o trabalho do município em equiparar todas as iniciativas e projetos em curso com essa visão estratégica, exemplo disso o Festival MED, já distinguido pelo «Sê-lo Verde» e pelo facto de ter recebido um Iberian Festival Award pelo «Melhor Contributo para a Sustentabilidade» no contexto ibérico. Em Loulé considera-se que o exemplo e compromisso com a redução do impacto ambiental nos espetáculos, festivais e eventos dará viva voz a um futuro melhor», afirmou o edil louletano.

Nuno Mascarenhas, presisente da Câmara de Sines, considera, por seu lado, que «a música é um excelente pretexto para a consciencialização dos desafios sociais contemporâneos e para a mobilização de todos em torno de objetivos comuns».

«Por isso mesmo, o Festival Músicas do Mundo não hesitou em aderir a esta DeclareAção. Juntamo-nos com esperança e empenho a este desafio e reforçamos a nossa convicção de que a linguagem universal da música é um elo entre os povos. Todos os gestos, por mais simbólicos que possam parecer, contribuem para que as novas gerações tenham um mundo mais justo e um planeta mais sustentável», acrescentou.

Em Faro, são dois os eventos que aderem ao movimento. No que toca ao Festival F, «não podia deixar de se associar ao projeto DeclareAção», acredita Paulo Santos, vice-presidente da Câmara.

«Organizar um festival que se implanta no centro histórico, integra e anima o património edificado da cidade, envolve os seus residentes e visitantes e abraça um parque natural é certamente um desafio do ponto de vista da sustentabilidade. O Festival F quer crescer e afirmar-se nesta área garantindo a redução e separação dos resíduos produzidos, a utilização de copos recicláveis, a minimização do recurso a materiais de utilização única, oferta de transporte público e dedicado, mas também na criação de condições para que todos os públicos, independentemente das suas limitações, possam fruir deste festival único», disse.

Também o Açoteia «tem na sustentabilidade um dos seus pilares» e tem vindo a «inspirar a criação de uma nova visão» para os também designados por rooftops, onde cabem a eficiência energética, a reutilização de águas e criação de hortas urbanas, entre outras.

Além das duas autarquias algarvias e do município alentejano, o movimento conta como parceiros com a Música no Coração (promotora dos festivais Galp Beach Party, Super Bock Super Rock, Super Bock em Stock, MEO Sudoeste, Sumol Summer Fest), Better World (promotora do Rock in Rio), Everything is New (promotora do NOS Alive), Live Experiences (responsável pelo EDPCoolJazz e Id no Limits), MOT (organizadora do RFM SOMNII),  PEV (promotora do MEO Mares Vivas), Pic Nic (promotora do NOS Primavera Sound), Ritmos (promotora do Vodafone Paredes de Coura), Sons em Trânsito (coorganizador do Festival F), Surprise & Expectation (EDP Vilar de Mouros), APEFE e APORFEST».

Os signatários da declaração desafiam «empresas e entidades públicas e privadas, de todos os setores, a juntarem-se à causa».

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