Autarca de Santiago do Cacém preocupado com futuro dos trabalhadores da EDP de Sines

Autarca aguarda uma reposta por parte do gabinete da ministra Ana Mendes Godinho a um pedido de reunião

Álvaro Beijinha, presidente da Câmara de Santiago do Cacém, manifestou, esta quarta-feira, 8 de Janeiro, a sua preocupação pelo futuro dos trabalhadores da Central Termoelétrica da EDP, em Sines, que não fazem parte dos quadros da empresa, face ao anúncio de cessar a produção da unidade em Setembro de 2023.

Esta é uma «preocupação agravada» pelo facto de, na sua maioria, estes trabalhadores residirem no concelho de Santiago do Cacém».

Álvaro Beijinha salienta que «não estão aqui em causa as questões ambientais, até porque temos consciência que esta unidade é uma das maiores emissoras de CO2».

«O que para nós é preocupante é o futuro dos trabalhadores, porque uma grande parte dos que laboram na EDP de Sines são contratados através de empresas prestadoras de serviços», explica.

Para o autarca, a questão assume outra dimensão tendo em consideração que «destes trabalhadores a grande maioria reside no concelho de Santiago do Cacém, em particular em Vila Nova de Santo André».

Entretanto, o presidente da Câmara teve uma reunião com o Sindicato das Indústrias das Energias e Águas de Portugal, onde os seus representantes apresentaram preocupações em relação ao assunto.

Álvaro Beijinha avança que, no caso dos trabalhadores que fazem parte da EDP, a «empresa irá acautelar e enquadrar a sua situação».

O presidente diz que a Câmara Municipal «está preocupada e solidária com os trabalhadores, não pondo em causa a questão de fundo que tem a ver com o ambiente, e tendo a consciência que Portugal tem metas e compromissos a nível europeu e até mundial para cumprir. Mas preservar um bem comum tem custos que têm reflexos do ponto de vista económico e social na vida de mais de 300 trabalhadores. Por isso questionámos o Governo, através da ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, Ana Mendes Godinho, sobre que medidas e soluções têm previstas».

Álvaro Beijinha considera positiva a tomada de medidas que visem proteger o meio ambiente e a vida humana: «o encerramento daquela unidade é um assunto falado há alguns anos tendo em conta os níveis de poluição que a Central Termoelétrica emite para a atmosfera, mas as questões laborais criam apreensão».

Em carta endereçada a 19 de Dezembro, ao Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, Álvaro Beijinha sublinhou «que o despedimento destes trabalhadores, sem vínculo, todos com contratos precários, irá ter um impacto social grave nas suas vidas, na vida das suas famílias e em consequência no concelho de Santiago do Cacém».

Neste momento, o autarca aguarda uma reposta por parte do gabinete da ministra Ana Mendes Godinho a um pedido de reunião.

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