Terras sem Sombra leva Cante Alentejano a Washington DC e passa a raia para Espanha

50 atividades, entre concertos, conferências, visitas guiadas ao património e ações de salvaguarda da biodiversidade, preenchem o programa do festival em 2019

Rancho de Cantadores de Aldeia Nova de São Bento – Foto: Agência Ecclesia

O Rancho de Cantadores de Aldeia Nova de São Bento e o seu ensaiador Pedro Mestre vão apresentar-se em Washington DC, a capital dos Estados Unidos da América (EUA), no próximo dia 14 de Janeiro.

O concerto de cante alentejano, património da Humanidade, está marcado para as 18h00, no John Kennedy Center for the Performing Arts, uma das mais importantes salas de espetáculos da capital norte-americana.

E o que faz o cante alentejano em Washington? O concerto anteprima marca o arranque, bem fora de portas, do Terras sem Sombra, o festival de música erudita que, entre 26 de Janeiro e 6 de Julho, vai percorrer várias localidades do Alentejo e mesmo passar a raia, tocando na Extremadura espanhola.

O programa desta que é a 15ª edição do Festival Terras sem Sombra foi apresentado esta quinta-feira, dia 10, na Fundação Luso-Americana para o Desenvolvimento, em Lisboa. E porquê esta insistência nos Estados Unidos? Porque, em 2019, e continuando as relações iniciadas em 2017, este é o país convidado do festival.

E será ainda sob o signo desta amizade entre as duas margens do Atlântico que terá lugar o concerto inaugural do Terras sem Sombra de 2019. Será no sábado, dia 26 de Janeiro, às 21h30, na Igreja Matriz de São Cucufate, em Vila de Frades, no concelho da Vidigueira.

Na pequena igreja, irá apresentar-se o Spelman College Glee Club, com direção musical de Kevin Johnson e acompanhamento ao piano de Brittney E. Boykin.

O concerto, denominado «Caminhar pela Água: Vozes Femininas da Geórgia», apresenta este grupo que é formado por jovens vozes femininas.

O Spelman College Glee Club é uma referência na tradição coral do estado norte-americano da Geórgia, com ênfase para os espirituais tradicionais e as peças de compositores afro-americanos dos nossos dias. Várias gerações de jovens têm dado o seu tempo, o seu talento e a sua energia a este agrupamento. E agora será a vez de o Alentejo, terra de cante, receber este grupo coral americano.

 

Spelman College Glee Club

 

E será também sob o signo da amizade transatlântica que fechará a 15ª edição do Festival Terras sem Sombra, que é consagrada a Vasco da Gama, nos 550 anos do seu nascimento em Sines (1469-2019).

O concerto de encerramento terá lugar precisamente no Castelo de Sines, no dia 6 de Julho, às 21h30, apresentando o mundialmente celebrado «Kronos Quartet», sob o mote «Longe, mas Perto: Identidades Musicais Contemporâneas nos EUA».

Formado por David Harrington e John Sherba, no violino, Hank Dutt, na viola da gamba, e Sunny Yang, no violoncelo, e tendo ainda Scott Fraser como Designer de Som, o Kronos Quartet tornou-se, ao longo de quase meio século de existência, num dos agrupamentos mais celebrados e influentes do mundo, tendo realizando milhares de espetáculos, lançado mais de 60 gravações discográficas e colaborado com muitos dos principais compositores e intérpretes contemporâneos. Será agora a vez de o público do Terras sem Sombra assistir a um dos seus concertos.

Pelo meio desta viagem entre as duas margens do Atlântico, o festival irá ainda passar a fronteira, levando pela primeira vez a sua programação a duas localidades com fortes ligações a Portugal, na Extremadura espanhola. Uma delas, aliás, mais portuguesa que espanhola.

 

Orquestra Clássica do Sul – Foto: Martyna Mazurek | Sul Informação

Assim, a 9 de Março, às 19 horas, o festival estará em Valência de Alcântara, para um concerto na Igreja de Nossa Senhora de Rocamadour. A música estará a cargo da Orquestra Clássica do Sul, que tem sede em Faro, sob a direção do seu maestro, Rui Pinheiro.

Com um programa denominado «Navegar é preciso: Três Sinfonias para Uma Orquestra», o concerto irá apresentar peças de Charles Ives, João Bruno Soeiro e W. A. Mozart.

Ainda em Março, mas no dia 23, o Terras sem Sombra irá estrear-se em Olivença. Novamente com o concerto marcado para as 19h00, desta vez na Igreja Matriz de Santa Maria Madalena, o quarteto formado por Sofia Diniz e Holger Faust-Peters, na viola da gamba, Josep Maria Martí, em tiorba, e ainda Fernando Miguel Jalôto, no cravo, apresentará «Uma Viagem Imaginada: Suítes Francesas para Viola da Gamba».

Mas o festival, como é seu hábito, irá também percorrer o Alentejo, agora já não apenas o Baixo, mas também o Central e Norte.

Assim, depois da estreia em Vila de Frades/Vidigueira (26 de Janeiro), o Terras sem Sombra passará ainda por Serpa (9 de Fevereiro), Reguengos de Monsaraz (23 de Fevereiro), Beja (6 de Abril), Elvas (27 de Abril), Cuba (4 de Maio), Ferreira do Alentejo (11 de Maio), Odemira (25 de Maio), Barrancos (8 de Junho), Santiago do Cacém (22 de Junho) e finalmente Sines (6 de Julho). A 19 de Outubro, no Centro Cultural de Campo Maior, terá lugar a entrega do Prémio Internacional Terras sem Sombra.

Como também é hábito, o festival continua a aliar a música ao património construído e histórico e ao património ambiental. Assim, em cada fim de semana de concerto, haverá ainda uma visita cultural, durante a tarde de sábado, e uma atividade em prol da biodiversidade, na manhã de domingo.

No fim de semana de estreia desta 15ª edição, 26 de Janeiro, o tema da visita patrimonial será «Conhecer o Ciclo do Pão: Teoria, Poesia e Prática». O ponto de encontro, marcado para as 15h00, são os Paços do Concelho da Vidigueira.

Vidigueira, terroir de excelência do vinho e do azeite, conserva viva a tradição do fabrico artesanal do pão. Nesta iniciativa, «vamos conhecer os segredos das diferentes fases de preparação deste nobre alimento, assim como a sua importância para a vida comunitária, o seu uso gastronómico e outras dimensões patrimoniais que lhe estão associadas e foram transmitidas de geração em geração», explica a organização.

A visita cultural terá como guias Carlos Pedro (antropólogo), Maria Manuel Gantes (técnica de Turismo) e Olga Amaral (professora universitária).

No dia seguinte, domingo, às 9h30, começa a atividade denominada «Quando os Peixes tomam o Elevador: Explorar a Conetividade do Rio Guadiana», que tem o mesmo ponto de encontro de sábado.

«Vamos conhecer o dispositivo de passagem para peixes da barragem de Pedrógão, que minimiza o efeito barreira desta infraestrutura, permitindo a conetividade entre o Guadiana e alguns dos seus afluentes. Perscrutaremos também esse rio a jusante da barragem, observaremos artes de pesca que ainda nele se praticam e apreciaremos as margens intocadas, onde perduram repositórios da vida selvagem». A visita será guiada por Ana Ilhéu e David Catita (engenheiros do ambiente), Rita Azedo e Bárbara Tita (biólogas) e Manuel Cascalheira (técnico de campo). (veja o programa completo abaixo)

Este ano, o Terras sem Sombra conta com quase 50 atividades, entre concertos, conferências, visitas guiadas ao património e ações de salvaguarda da biodiversidade.

O tema genérico deste ano é «Sobre a Terra, sobre o Mar – Viagem e Viagens na Música (Séculos XV-XXI)», com duas efemérides a proporcionar o fio condutor para esta escolha: em 2019, assinalam-se os 550 anos do nascimento de Vasco da Gama, que teve Sines por berço; e, um pouco por todo o país, iniciam-se, as comemorações do quinto centenário da viagem de circum-navegação de Fernão de Magalhães.

«É assim, desde 2003, com uma persistência que se tornou felizmente normalidade: um Festival de música, mas também da terra alentejana, um Festival do património, mas também da diversidade, ou seja, de memória, conhecimento, divulgação, e de brio», escreveu o Presidente da República Marcelo Rebelo de Sousa, no texto de abertura do Terras sem Sombra de 2019.

 

TERRAS SEM SOMBRA 2019
15º Edição

Sobre a Terra, Sobre o Mar
Viagem e Viagens na Música (Séculos XV-XXI)

A 15ª edição do Festival Terras sem Sombra é consagrada a Vasco da Gama, nos 550 anos do seu nascimento em Sines (1469-2019)

Síntese do Programa

14 de Janeiro [18h00]
Washington, D.C. The John F. Kennedy Center for the Performing Arts
Mesmo a Preceito: O Cante e a Tradição Musical do Alentejo
Rancho de Cantadores de Aldeia Nova de São Bento
Ensaiador Pedro Mestre

 

VIDIGUEIRA

26 de Janeiro
15h00 – Conhecer o Ciclo do Pão: Teoria, Poesia e Prática
Ponto de encontro: Paços do Concelho, Praça da República, Vidigueira
21h30 – Vila de Frades – Igreja Matriz de São Cucufate
Caminhar pela Água: Vozes Femininas da Geórgia
Spelman College Glee Club
Direção musical Kevin Johnson
Piano Brittney E. Boykin

27 de Janeiro
09h30 – Quando os Peixes tomam o Elevador: Explorar a Conetividade do Rio Guadiana
Ponto de encontro: Paços do Concelho, Praça da República, Vidigueira

 

SERPA

9 de Fevereiro
15h00 – Oficina de Cante: Ao Encontro da Tradição Musical Alentejana
Ponto de encontro: Casa do Cante, R. dos Cavalos, n.º 14, Serpa
21h30 – Musibéria
À Vol d’Oiseau: Aves e Biodiversidade no Repertório Pianístico – Do Barroco ao Presente
Piano e comentário Ana Telles
Comentário João Eduardo Rabaça

10 de Fevereiro
09h30 – Bancos de Genes: As Raças Autóctones e o Genoma do Sobreiro
Ponto de encontro: Herdade da Abóboda, Vila Nova de São Bento, Serpa

 

REGUENGOS DE MONSARAZ

23 de Fevereiro
15h00 – O Bom e o Mau Juiz: Alegorias da Justiça na Audiência de Monsaraz
Museu do Fresco, Largo D. Nuno Álvares Pereira, n.º 12, Monsaraz
21h30 – Igreja Matriz de Nossa Senhora da Lagoa
A Ordem Natural das Coisas: Música Espanhola e Portuguesa dos Finais do Século XIX
Trío Arbós
Violino Cecilia Bercovich
Violoncelo José Miguel Gómez
Piano Juan Carlos Garvayo

24 de Fevereiro
09h30 – Interpretar a Paisagem: Reguengos de Monsaraz e o seu Hinterland
Ponto de encontro: Paços do Concelho, Praça da Liberdade, Reguengos de Monsaraz

 

VALÊNCIA DE ALCÂNTARA

9 de Março
15h00 – Pedras que Falam: Paisagens Megalíticas da Região de Alcântara
Ayuntamiento, Plaza de la Constitución, 1, Valencia de Alcántara
19h00 – Igreja de Nossa Senhora de Rocamadour
Navegar é preciso: Três Sinfonias para Uma Orquestra
Orquestra Clássica do Sul
Direção Rui Pinheiro

10 de Março
09h30 – Em Águas do Tejo Internacional: Avifauna e Biodiversidade
Ponto de encontro: Plaza de la Constitución, 1, Valencia de Alcántara

 

OLIVENÇA

23 de Março
15h00 – Do Passado ao Futuro: Raízes Portuguesas de Olivença
Ponto de encontro: Ayuntamiento, Plaza de la Constitución, 1, Olivenza
19h00 – Igreja Matriz de Santa Maria Madalena
Uma Viagem Imaginada: Suítes Francesas para Viola da Gamba
Viola da gamba Sofia Diniz, Holger Faust-Peters
Tiorba Josep Maria Martí
Cravo Fernando Miguel Jalôto

24 de Março
09h30 – Jardins de Deus: A Serra de Alor e a Dehesa
Ponto de encontro: Plaza de la Constitución, 1, Olivenza

 

BEJA

6 de Abril
15h00 – A Cidade da Água: Chafarizes, Fontes e Poços Históricos de Beja
EMAS, R. Conde da Boavista, n.º 16, Beja

21h30 – Igreja do Convento de São Francisco
Percursos Vitais: Trios de Pierre Jalbert e Franz Schubert
The Delphi Trio
Violino Liana Bérubé
Violoncelo Michelle Kwon
Piano Jeffrey LaDeur

7 de Abril
09h30 – Pela Rota dos Pastores: Seguir as Canadas Reais
Ponto de encontro: Herdade do Monte da Ponte, E. N. 122, km 18, Trindade, Beja

 

ELVAS

27 de Abril
15h00 – Confluências Raianas: Arte Popular e Arte Contemporânea em Elvas
Santuário do Senhor Jesus da Piedade, Avenida da Piedade, Elvas
21H30 – Igreja de Nossa Senhora da Assunção (Antiga Catedral)
Antonio de Cabezón: Itinerários pela Europa ao Serviço do Rei
Órgão Juan de la Rubia

28 de Abril
09h30 – Resistir ao Invasor: O Jacinto-de-água e a Bacia do Guadiana
Ponto de encontro: Pousada de Elvas, Av. de Badajoz, Elvas

 

CUBA

4 de Maio
15h00 – No País de Fialho de Almeida: Lugares e Memórias do Autor d’Os Gatos
21h30 – Igreja Matriz de São Vicente
Coração Viandante: Canções de Amor e de Embalar no Oriente e no Ocidente
Soprano Manila Adap
Piano Alberto Urroz

5 de Maio
09h30 – Tesouros da Terra: Geologia e Castas Tradicionais em Cuba
Ponto de encontro: Igreja matriz de São Vicente, Largo 5 de Outubro, Cuba

 

FERREIRA DO ALENTEJO

11 de Maio
15h00 – Património do Tempo: A Villa do Monte da Chaminé e a Romanização no Baixo Alentejo
Ponto de encontro: Jardim Municipal, R. Zeca Afonso, Ferreira do Alentejo
21h30 – Villa Romana do Monte da Chaminé
A Música como Passaporte: Um Roteiro Magiar
Guitarra e direção musical Ferenc Snétberger
Soprano Orsoly Janszo
Violino László Horvath
Clarinete Elemér Fehér, Béla Lakatos
Clarinete baixo, tárogató Norbert Sandor
Piano Benjamin Urban

12 de Maio
09h30 – Vizinhos Discretos: Insectos e Sustentabilidade nos Campos de Ferreira
Ponto de encontro: Igreja de Nossa Senhora da Conceição, Rua Mariano Feio, Ferreira do Alentejo

 

ODEMIRA

25 de Maio
15h00 – A Montanha Mágica: História e Histórias de São Martinho das Amoreiras
Ponto de encontro: Igreja paroquial de São Martinho das Amoreiras, Largo da Igreja, São Martinho das Amoreiras
21h30 – SÃO MARTINHO DAS AMOREIRAS – Igreja Paroquial de São Martinho
Noutras Margens: Obras Americanas e Europeias para Flauta
Quartetazzo
Flauta Emilse Barlatay, Trinidad Jiménez, Leticia Malvares, Carmen Vela
Percussão Epi Pacheco

26 de Maio
09h30 – Mãe-d’Água: Expedição à Serra da Vigia
Ponto de encontro: Igreja paroquial de São Martinho das Amoreiras, Largo da Igreja, São Martinho das Amoreiras

 

BARRANCOS

8 de Junho
18h30 – Cineteatro Municipal
Convite à Viagem: Geografias, Memórias e Tempos do Canto Lírico
Contralto Ellen Rabiner
Piano Nuno Margarido Lopes
21h30 – Ler o Céu e as suas Tradições: Da Astrologia à Astrofísica
Ponto de encontro: Cineteatro, Baldio, Barrancos

9 de Junho
09h30 – Todos por Um: Prevenção e Combate do Fogo na Raia
Ponto de encontro: Jardim do Miradouro, Rua 1.º de Dezembro, Barrancos

 

SANTIAGO DO CACÉM

22 de Junho
15h00 – Corte na Aldeia: O Palácio da Carreira
Ponto de encontro: Palácio da Carreira, Largo do Capitão-Mor J. J. Salema de Andrade, Santiago do Cacém
21h30 – Igreja Matriz de Santiago Maior
Onde Está a Minha Casa? Tradição e Vanguardas na Música Checa (Séculos XIX-XX)
Československé Komorní Duo
Violino Pavel Burdych
Piano Zuzana Beresova

23 de Junho
09h30 – Mansa Corrente: O Curso Médio do Rio Sado
Ponto de encontro: Junta de Freguesia de Ermidas-Sado, Rua 25 Abril, n.º 2, Ermidas do Sado, Santiago do Cacém

 

SINES

6 de Julho
15h00 – Dentro do Olho do Cíclope: O Farol do Cabo de Sines
Ponto de encontro: Farol de Sines, Cabo de Sines
21h30 – Castelo de Sines
Longe, mas Perto: Identidades Musicais Contemporâneas nos EUA
Kronos Quartet
Violino David Harrington, John Sherba
Viola da gamba Hank Dutt
Violoncelo Sunny Yang

7 de Julho
09h30 – Nereu e Proteu: Vigiar e Cultivar o Mar
Ponto de encontro: Paços do Concelho, Rua Ramos da Costa, Sines

 

19 de Outubro [18h30]
Campo Maior Centro Cultural
Entrega do Prémio Internacional Terras sem Sombra

 

Kronos Quartet, fotografado em San Francisco ©Jay Blakesberg

 

PROGRAMA DE MÚSICA

Concerto de Abertura | Vila de Frades (Vidigueira)
26 de Janeiro [21h30]
Igreja Matriz de São Cucufate
Caminhar pela Água: Vozes Femininas da Geórgia
Spelman College Glee Club
Direcção musical Kevin Johnson
Piano Brittney E. Boykin

Formado por jovens vozes femininas, o Spelman College Glee Club é uma referência na tradição coral da Geórgia, com ênfase para os espirituais tradicionais e as peças de compositores afro-americanos dos nossos. Várias gerações de jovens têm dado o seu tempo, o seu talento e a sua energia a este agrupamento.

 

Concerto II | Serpa
9 de Fevereiro [21h30]
À Vol d’Oiseau: Aves e Biodiversidade no Repertório Pianístico – do Barroco ao Presente

Piano e comentário Ana Telles
Comentário João Eduardo Rabaça

Ana Telles, professora e diretora da Escola das Artes da Universidade de Évora, tem tocado como solista e integrada em grupos de música de câmara nas salas mais prestigiadas do mundo. José Eduardo Rabaça coordena o Laboratório de Ornitologia daquela Universidade e tem desenvolvido investigação no domínio da biologia e ecologia de aves.

 

Concerto III | Monsaraz
23 de Fevereiro [19h00]
A Ordem Natural das Coisas: Música Espanhola e Portuguesa dos Finais do Século XIX
Trío Arbós
Violino Cecilia Bercovich
Violoncelo José Miguel Gómez
Piano Juan Carlos Garvayo

Fundado em 1996, o Trío Arbós é um dos mais reputados ensembles de câmara europeus. Foi galardoado, em 2013, com o Prémio Nacional de Música de Espanha. O seu repertório estende-se dos autores clássicos e românticos até à contemporaneidade, incluindo obras encomendadas como parte importante dos seus concertos.

 

Concerto IV | Valência de Alcântara
9 de Março [21h30]
Navegar é preciso: Três Sinfonias para Uma Orquestra
Orquestra Clássica do Sul
Direção Rui Pinheiro

Fundada em 2002, a OCS nasceu com o objetivo de oferecer uma programação diversificada e de elevada qualidade artística ao Algarve, ao Alentejo e à Península de Setúbal. O seu maestro titular, Rui Pinheiro, foi maestro associado da Orquestra Sinfónica de Bournemouth e dirigiu o Ensemble Serse, de Londres.

 

Concerto V | Olivença
23 de Março [19h00]
Uma Viagem Imaginada: Suites Francesas para Viola da Gamba (lançamento de La Lyre d’Apollon, gravação integral do Premier Livre de Suites pour la Violle, de Jacques Morel)

Viola da gamba Sofia Diniz, Holger Faust-Peters
Tiorba Josep Maria Martí Duran
Cravo Fernando Miguel Jalôto

Sofia Diniz fundou e dirige o Ensemble ConTrastes. Holger Faust-Peters apresenta-se regularmente em concerto com diversos grupos. Josep Maria Martí é membro fundador do Ensemble Meridien. Fernando Miguel Jalôto fundou e dirige o Ludovice Ensemble.

 

Concerto VI | Beja
6 de Abril [21h30]
BEJA Igreja do Convento de São Francisco
Percursos Vitais: Trios de Pierre Jalbert e Franz Schubert
Delphi Trio
Vencedor, em 2015, do famoso Orlando Concours, o Delphi Trio é uma referência no mundo da música de câmara, tocando regularmente tanto nos EUA como em diversos países do Velho Continente. O repertório clássico para trio de piano constitui o fundamento do trabalho deste ensemble californiano.

 

Concerto VII | Elvas
27 de Abril [21h30]
Antonio de Cabezón: Itinerários pela Europa ao Serviço do Rei

Órgão Juan de la Rubia

Juan de la Rubia tem tocado nos principais palcos da Europa, da América e da Ásia. É organista titular da Basílica da Sagrada Família, de Barcelona, professor na Escuela Superior de Música de Cataluña e membro da Reial Acadèmia Catalana de Belles Arts de Sant Jordi.

 

Concerto VIII | Cuba
4 de Maio [21h30]
Coração Viajante: Canções de Amor e de Embalar no Oriente e no Ocidente

Soprano Manila Adap
Piano Alberto Urroz

Manila Adap venceu o Concurso Internacional de Canto “Tawag ng Tanghalan” e tornou-se muito conhecida no mundo do canto lírico com Unidos pela Diversidade. Atua regularmente na Fundación Operistica de Navarra. Alberto Urroz é um dos mais brilhantes e polifacéticos músicos espanhóis da sua geração.

 

Concerto IX | Ferreira do Alentejo
11 de Maio [21h30]
A Música como Passaporte: Um Roteiro Magiar

Guitarra Ferenc Snétberger
Soprano Orsoly Janszo
Violino László Horvath
Clarinete Elemér Fehér, Béla Lakatos
Clarinete baixo, tárogató Norbert Sandor
Piano Benjamin Urban

Ferenc Snétberger é famoso pela arte de improvisar e cruzar fronteiras estilísticas. A sua música inspira-se na tradição cigana da Hungria, nos ritmos do Brasil e do Flamenco e nos repertórios para guitarra clássica e guitarra de Jazz.

 

Concerto X | São Martinho das Amoreiras (Odemira)
25 de Maio [21h30]
Noutras Margens: Obras Americanas e Europeias para Flauta
Quartetazzo
Flauta Emilse Barlatay, Trinidad Jiménez, Leticia Malvares, Carmen Vela
Percussão Epi Pacheco

O ensemble Quartetazzo reúne quatro flautistas destacadas na cena da música improvisada madrilena. Caracteriza-se por oferecer uma imersão em diferentes estéticas, ritmos e “denominações de origem”, através de um dos instrumentos mais explorados do século XX: a flauta.

 

Concerto XI | Barrancos
8 de Junho [18h30]
Convite à Viagem: Espaços, Memórias e Tempos do Canto Lírico
Contralto Ellen Rabiner
Piano Nuno Margarido Lopes

Ellen Rabiner fez o début na Met Opera, em 1994, como Erste Magd, em Elektra, regressando a esta companhia durante 17 temporadas. Cantou também com as companhias de ópera de Washington DC, Dallas, Seattle, Michigan e San Diego. Nuno Margarido Lopes dirige o Coro Juvenil de Lisboa desde a sua fundação, em 2011.

 

Concerto XII | Santiago do Cacém
22 de Junho [21h30]
Onde está a Minha Casa? Tradição e Vanguardas na Música Checa (Séculos XIX e XX)
Československé Komorní Duo
Violino Pavel Burdych
Piano Zuzana Beresova

O Duo de Câmara Checoslovaco é um agrupamento muito apreciado, pelo público e pela crítica internacionais, graças à sua perfeita harmonia, à sua expressiva musicalidade e ao seu alto profissionalismo. Desde a fundação, em 2004, tem atuado com regularidade nas principais metrópoles europeias.

 

Concerto de Encerramento | Sines
6 de Julho [21h30]
Longe, mas Perto: Identidades Musicais Contemporâneas nos EUA
Kronos Quartet
Violino David Harrington, John Sherba
Viola da gamba Hank Dutt
Violoncelo Sunny Yang
Designer de Som Scott Fraser

No decurso de quase meio século de existência, Kronos Quartet tornou-se um dos agrupamentos mais celebrados e influentes do mundo, tendo realizando milhares de espetáculos, lançado mais de 60 gravações discográficas e colaborado com muitos dos principais compositores e intérpretes contemporâneos.

 

Portal Manuelino em Olivença – Foto: Jsobral – https://commons.wikimedia.org/w/index.php?curid=3880912

 

PROGRAMA DO PATRIMÓNIO

 

VIDIGUEIRA 26 de Janeiro 15h00
Conhecer o Ciclo do Pão: Teoria, Poesia e Prática
Vidigueira, terroir de excelência do vinho e do azeite, conserva viva a tradição do fabrico artesanal do pão. Nesta iniciativa, vamos conhecer os segredos das diferentes fases de preparação deste nobre alimento, assim como a sua importância para a vida comunitária, o seu uso gastronómico e outras dimensões patrimoniais que lhe estão associadas e foram transmitidas de geração em geração.
Colaboração: Escola Superior Agrária, Instituto Politécnico de Beja
Apoio: Município de Vidigueira; Turismo do Alentejo e do Ribatejo, E.R.T.
Guias: Carlos Pedro (antropólogo), Maria Manuel Gantes (técnica de Turismo) e Olga Amaral (professora universitária)

 

SERPA 9 de Fevereiro 15h00
Oficina de Cante: Ao Encontro da Tradição Musical Alentejana
Inscrito pela UNESCO, em 2014, na Lista Representativa do Património Cultural Imaterial da Humanidade, o Cante é hoje ensinado nas escolas de vários concelhos, atrai novas gerações de cantadores, suscita novas experiências e ganha novos palcos, sem perder a identidade própria. A presente oficina introduz os participantes no âmago desta tradição musical e fá-los partilhar do seu rico universo artístico e cultural.
Colaboração: Rancho de Cantadores de Aldeia Nova de São Bento
Apoio: Casa do Cante, Município de Serpa
Formadores: Pedro Mestre (músico)

 

Monzaraz (Reguengos de Monzaraz) 23 de Fevereiro 15h00
O Bom e o Mau Juiz: Alegorias da Justiça na Audiência de Monsaraz
Em 1958, foi descoberta no antigo tribunal de Monsaraz uma invulgar pintura a fresco, de finais do século XV, obra-prima da arte tardo-gótica que evoca, alegoricamente, as Justiças Divina e Humana. Esta peça é o ponto de partida para uma conversa sobre o bom governo dos povos, patente num célebre tratado de Diogo Lopes Rebelo, dedicado a D. Manuel I, que anuncia o Absolutismo.
Colaboração: Direção Regional de Cultura do Alentejo; Laboratório Hércules, Universidade de Évora
Apoio: Centro UNESCO de Arquitectura e Arte; Município de Reguengos de Monsaraz
Guias: Ana Paula Amendoeira (historiadora) e António Candeias (químico)

 

VALÊNCIA DE ALCÂNTARA 9 de Março 15h00
Pedras que Falam: Paisagens Megalíticas da Região de Alcântara
O conjunto megalítico do Tejo Internacional, com a sua profusa incursão no Alentejo, é um dos mais relevantes e em melhor estado de conservação da Europa meridional. Entre os seus principais núcleos, avultam os de Valência de Alcântara (41 dólmenes); Santiago de Alcântara (29 dólmenes, a par de 12 abrigos com pinturas rupestres e 4 com gravuras); Cedillo (23 dólmenes); Herrera de Alcântara (5 dólmenes) e Alcântara (50 dólmenes).
Colaboração: Ayuntamiento de Valéncia de Alcantara
Apoio: Dirección General de Turismo, Junta de Extremadura
Guias:

 

OLIVENÇA 23 de Março 15h00
Do Passado ao Futuro: Raízes Portuguesas de Olivença
Cedida a Portugal pelo Tratado de Alcanizes (1297), Olivença foi elevada a vila por D. Dinis. Outros reis viriam a reforçar a sua posição estratégica, concedendo privilégios aos vizinhos e promovendo importantes obras. Em 1801, transitou para a administração espanhola. Hoje, é uma cidade que não renunciou à tradição lusa, constituindo um símbolo de convivência e diálogo de culturas.
Colaboração: Asociación Cultural “Além Guadiana”
Apoio: Dirección General de Turismo, Junta de Extremadura; Ayuntamiento de Olivenza
Guia: Servando Rodríguez Franco (técnico de Turismo)

 

BEJA 6 de Abril 15h00
A Cidade da Água: Chafarizes, Fontes e Poços Históricos de Beja
Um paradoxo geográfico faz de Beja um oásis na planície ardente. Desde os primórdios da história que a abundância de água se tornou um dos seus fatores estratégicos. Um périplo pela cidade e arredores leva a conhecer os locais públicos de abastecimento, importantes pontos de sensibilidade, permitindo vislumbrar a importância da água para a comunidade humana e a natureza.
Colaboração: EMAS – Empresa Municipal de Água e Saneamento de Beja
Apoio: Centro UNESCO de Arquitectura e Arte; Município de Beja
Guias: Marta Páscoa (historiadora), José António Falcão (historiador da arte) e Rui Marreiros (engenheiro de recursos hídricos)

 

ELVAS 27 de Abril 15h00
Confluências Raianas: Arte Popular e Arte Contemporânea em Elvas
A igreja do Senhor Jesus da Piedade é um dos mais interessantes exemplos da arquitetura barroca alentejana e apresenta o mais notável conjunto de ex-votos do país. Este acervo permite estabelecer uma interessante ponte com o Museu de Arte Contemporânea, que acolhe a Coleção António Cachola. Do diálogo entre a tradição e as vanguardas, nasce uma singular reflexão acerca das relações do facto artístico com a sociedade.
Colaboração: Confraria do Senhor Jesus da Piedade; Museu de Arte Contemporânea de Elvas
Apoio:; Município de Elvas
Guias: António Araújo (historiador), António Cachola (coleccionador) e José António Falcão (historiador da arte)

 

CUBA 4 de Maio 15h00
No País de Fialho de Almeida: Lugares e Memórias do Autor d’Os Gatos
Senhor de uma escrita animada por certo pessimismo vital, José Valentim Fialho de Almeida (1857-1911) retratou o convulsivo final do século XIX numa ótica realista, atual e moderna. Embora assumindo-se como lisboeta, manteve-se fiel à raiz alentejana, bem patente em muitas das suas páginas. Nesta iniciativa, serão visitados lugares-chave da vida e da obra de um mestre cimeiro da língua portuguesa.
Colaboração: Associação Cultural Fialho de Almeida
Apoio: Centro UNESCO de Arquitetura e Arte; Município de Cuba
Guias: Maria Francisca Bicho (professora) e José António Falcão (historiador da arte)

 

FERREIRA DO ALENTEJO 11 de Maio 15h00
Património do Tempo: A Villa do Monte da Chaminé e a Romanização no Baixo Alentejo
Durante a época romana, a grande estrutura fundiária assente nas mansões rurais (villæ) marcou a paisagem rural do Alentejo. A villa do Monte da Chaminé, uma referência na constelação de latifúndios que envolviam Pax Iulia, documenta essa tipologia de complexo arquitetónico que incluía, além da mansio propriamente dita, áreas de transformação, armazéns e casas dos trabalhadores, exemplificando o processo de romanização de um vasto trato meridional.
Colaboração: Município de Ferreira do Alentejo
Apoio: Centro UNESCO de Arquitetura e Arte
Guias: Maria João Pina (museóloga) e Sara Ramos (arqueóloga)

 

ODEMIRA 25 de Maio 15h00
A Montanha Mágica: História e Histórias de São Martinho das Amoreiras
A Serra de São Martinho, também denominada pelos geógrafos Serra da Vigia, alimenta dois rios, o Sado e o Mira. Estudados pela arqueologia e pela história, os seus mistérios estão pouco a pouco, quase relutantemente, a emergir: aqui, sinais de homens da Proto-história; ali, ruínas de uma ermida, sobre mais antigo assentamento humano… Constitui um habitat do Cante ao Baldão e da Viola Campaniça.
Colaboração: Junta de Freguesia de São Martinho das Amoreiras
Apoio: Centro UNESCO de Arquitetura e Arte; Município de Odemira
Guias: Jorge Vilhena (arqueólogo) e António Martins Quaresma (historiador)

 

BARRANCOS 8 de Junho 21h30
Ler o Céu e as suas Tradições: Da Astrologia à Astrofísica
Numa visita guiada ao magnífico céu noturno de Noudar, orientar-nos-emos pela estrela polar, identificaremos constelações e evocaremos lendas associadas a este mundo misterioso. Observaremos a Lua, e, relacionando a cor das estrelas com as suas idades e temperaturas, descobriremos enxames de estrelas, nebulosas e galáxias, contaremos as luas de Galileu a orbitar Júpiter e examinaremos os anéis de Saturno.
Colaboração: Associação Portuguesa de Astrónomos Amadores; Observatório do Lago Alqueva; Instituto de Astrofísica e Ciências do Espaço
Apoio: Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Barrancos; EDIA Município de Barrancos
Guias: Nélson Nunes e João Retrê (astrofísicos) e Pedro Ré (astrónomo amador)

 

SANTIAGO DO CACÉM 22 de Junho 15h00
Corte na Aldeia: O Palácio da Carreira
Construído em finais do séc. XVIII, é um imponente exemplo da arquitetura senhorial do Alentejo na época tardo-barroca, destacando-se tanto pelas dimensões como pela exuberância decorativa das fachadas e interiores. Marco fundamental do património regional, o edifício mantém-se há muito na posse de uma família e é um exemplo de conservação.
Colaboração: Família Falcão e Silva
Apoio: Centro UNESCO de Arquitetura e Arte; Município de Santiago do Cacém; União de Freguesias de Santiago do Cacém, Santa Cruz e São Bartolomeu da Serra
Guias: José António Falcão (historiador da arte) e Maria Lúcia Falcão Barbosa (arquiteta)

SINES 7 de Julho 15h00
Dentro do Olho do Cíclope: O Farol do Cabo de Sines
Palco de inúmeros naufrágios, a costa alentejana ofereceu importantes perigos à navegação enquanto não dispôs de sinais luminosos. O farol do Cabo de Sines entrou em funcionamento em 1880, com uma torre de 22 m de altura e 41 m de altitude (ampliada em 1992-95). Visível a grande distância, constitui uma das marcas da paisagem e da identidade locais.
Colaboração: Direção de Faróis, Autoridade Marítima Nacional; Marinha Portuguesa
Apoio: Centro UNESCO de Arquitetura e Arte; Junta de Freguesia de Sines; Município de Sines
Guias: Ricardo Pereira (arquiteto) e José António Falcão (historiador da arte)

 

 

PROGRAMA DE BIODIVERSIDADE

 

VIDIGUEIRA 27 de Janeiro 09h30
Quando os Peixes tomam o Elevador: Explorar a Conectividade do Rio Guadiana
Vamos conhecer o dispositivo de passagem para peixes da barragem de Pedrógão, que minimiza o efeito barreira desta infraestrutura, permitindo a conetividade entre o Guadiana e alguns dos seus afluentes. Perscrutaremos também esse rio a jusante da barragem, observaremos artes de pesca que ainda nele se praticam e apreciaremos as margens intocadas, onde perduram repositórios da vida selvagem.
Colaboração: EDIA
Apoio: Município de Vidigueira
Guias: Ana Ilhéu e David Catita (engenheiros do ambiente), Rita Azedo e Bárbara Tita (biólogas) e Manuel Cascalheira (técnico de campo)

 

SERPA 10 de Fevereiro 09h30
Bancos de Genes: As Raças Autóctones e o Genoma do Sobreiro
Situado na Herdade da Abóboda, o Centro de Experimentação do Baixo Alentejo (CEBA) caracteriza, conserva e valoriza os recursos genéticos autóctones, animais e vegetais. Reúne condições ímpares para experimentar, aperfeiçoar e demonstrar tecnologias nos sistemas extensivos de produção agro-pecuária e olivicultura. A histórica herdade acolhe também a única população de sobreiros onde os progenitores de cada árvore são conhecidos, além de se destacarem como produtores de cortiça de boa qualidade.
Colaboração: CEBA; Centro de Biotecnologia Agrícola e Agro-Alimentar do Alentejo
Apoio: Município de Serpa
GUIAs: Carlos Manuel Varela Bettencourt (médico veterinário) e Marcos Ramos (engenheiro zootécnico)

 

MONSARAZ (Reguengos de Monzaraz) 24 de Fevereiro 09h30
Interpretar a Paisagem: Reguengos de Monsaraz e o seu Hinterland
O território e a paisagem de Reguengos de Monsaraz expressam traços característicos da agricultura mediterrânica em mosaico, assim como as suas mudanças recentes. São eles, aliados ao espírito do lugar, que lhe moldam o carácter. Nas últimas décadas, houve importantes alterações, com realce para a albufeira do lago Alqueva – a maior massa de água artificial em Europa –, que possibilitou todo um universo de produção intensiva e super-intensiva.
Colaboração: Instituto de Ciências Agrárias e Ambientais Mediterrânicas, Universidade de Évora
Apoio: Município de Reguengos de Monsaraz
GUIAS: Teresa Pinto Correia e José Muñoz-Rojas (geógrafos)

 

VALÊNCIA DE ALCÂNTARA 10 de Março 09h30
Em Águas do Tejo Internacional: Avifauna e Biodiversidade
Este troço do Tejo Internacional sobressai pelo conjunto das suas arribas, que albergam vastas zonas de montado de sobro e de azinho e estepes cerealíferas, bem como espécies da flora e da fauna de inegável interesse. Trata-se de uma importante área de nidificação de aves, podendo-se observar a águia-de-bonelli, a águia-real, o grifo e o abutre-do-egipto. Também abriga populações de cegonhas-pretas. O Parque Natural aqui existente designa dois espaços naturais protegidos, um na província de Cáceres e outro no distrito de Castelo Branco.
Colaboração: Ayuntamiento de Valencia de Alcántara
Apoio: Dirección General de Turismo, Junta de Extremadura
Guias: Dinis Cortes (ornitólogo)

 

OLIVENÇA 24 de Março 09h30
Jardins de Deus: A Serra de Alor e a Dehesa
Lugar-chave da comarca de Olivença, a serra de Alor atinge 600 m de altitude e possui densas manchas de dehesa (montado) e olivais. Preserva também zonas de mato onde se conservam tesouros botânicos, estando classificada como Lugar de Importância Comunitária. Esse tipo de vegetação protege o solo fértil e sustenta uma notável atividade pecuária: é um paraíso para o porco ibérico, mas também para o gado bovino, caprino e ovino, a caça e as abelhas. Oferece, assim, um cúmulo de sensações olfativas e visuais.
Colaboração: Ayuntamiento de Olivenza
Apoio: Dirección General de Turismo, Junta de Extremadura
Guias: Joaquín Figueredo González e Norberto Antúnez Rodríguez (peritos territoriais)

BEJA 7 de Abril 09h30
Pela Rota dos Pastores: Seguir as Canadas Reais
Beja foi um centro nevrálgico na itinerância dos rebanhos e no comércio da lã que ligava o Alentejo ao interior da Meseta Ibérica. O seu território não só dispunha de grandes efetivos pecuários, uma das principais riquezas locais, como era atravessado por várias canadas reais. Nesta atividade, que une pastores alentejanos e beirões, vamos acompanhar um rebanho de raças autóctones e conhecer as tradições da pastorícia e do património cultural e natural que lhe está associado. Um momento propício à apresentação da 36ª edição da OVIBEJA.
Colaboração: ACOS
Apoio: Municípios de Beja e Fundão
Guias: Claudino Matos (engenheiro zootécnico), Miguel Madeira, Helena Madeira e Rui Conduto (médicos veterinários), Miguel Rainha (designer).

 

ELVAS 28 de Abril 09h30
Resistir ao Invasor: O Jacinto-de-água e a Bacia do Guadiana
No troço internacional do Guadiana que fica junto a Elvas, o jacinto-de-água tem vindo a ganhar terreno, prolongando uma invasão que já cobre uma grande área da bacia deste rio. Espanha e Portugal juntam forças, desde 2012, para lhe deter o avanço, mas a situação não é fácil. Nesta visita, pretende-se compreender a problemática decorrente de tão ameaçadora praga, permitindo que os participantes se tornem peças ativas no combate às espécies exóticas invasoras.
Colaboração: EDIA
Apoio: Escola Superior Agrária de Elvas
Guias: Ana Ilhéu e David Catita (engenheiros do ambiente), Rita Azedo e Bárbara Tita (biólogas), António Carapeto, Carlos Pinto, Manuel Cascalheira e Valter Rico (técnicos de campo)

 

CUBA 5 de Maio 09h30
Tesouros da Terra: Geologia e Castas Tradicionais em Cuba
O concelho de Cuba, muito interessante em termos geológicos, configura um terroir muito apto à vitivinicultura. Entre as castas tradicionais, dominaram, nos tintos, Alfrocheiro, Moreto, Periquita, Tinta Grossa (hoje em desuso), Aragonês e Trincadeira (plantadas nos inícios do século XX, são mais comuns), enquanto os brancos ainda provêm essencialmente das castas Antão Vaz, Manteúdo, Perrum, Rabo de Ovelha e Roupeiro. Cada uma delas possui a sua história e os seus segredos.
Colaboração: Adega Cooperativa de Vidigueira, Cuba e Alvito; Laboratório Nacional de Energia e Geologia
Apoio: Município de Cuba
Guias: João Matias (geólogo), José Miguel Almeida (engenheiro técnico) e Antero Martins (geneticista)

 

FERREIRA DO ALENTEJO 12 de Maio 09h30
Vizinhos Discretos: Insetos e Sustentabilidade nos Campos de Ferreira
Invertebrados com exoesqueleto revestido de quitina, os insetos constituem o grupo biológico mais diverso e abundante do nosso planeta. O concelho de Ferreira do Alentejo, onde domina a agro-indústria, é um território interessante para o estudo das interações entre os insetos e a atividade humana, permitindo analisar o papel do mosaico agrícola e florestal na conservação dos recursos biodiversos.
Colaboração: Centro de Ecologia, Evolução e Alterações Ambientais, Universidade de Lisboa; EDIA; Elaia; Sociedade Portuguesa de Entomologia
Apoio: Município de Ferreira do Alentejo
Guias: Ana Ilhéu (engenheira do ambiente), Rita Azedo e Bárbara Tita (biólogas), Dinis Cortes (ornitólogo) e Isabel Ribeiro (engenheira agrónoma)

 

SÃO MARTINHO DAS AMOREIRAS (ODEMIRA) 26 de Maio 09h30
Mãe-d’Água: Expedição à Serra da Vigia
Uma linha pelas maiores altitudes, da Serra da Vigia, constitui o interflúvio entre as bacias hidrográficas dos rios Sado e Mira. Os três aglomerados populacionais da freguesia de São Martinho das Amoreiras quedam-se na do Sado. As suas muitas águas alimentam fontes históricas, entre elas as de São Martinho, do Prior, do Rebentão e da Endiabrada, com muitas tradições associadas a virtudes terapêuticas contra os males do corpo e do espírito. É uma “pequena Suíça”, na fronteira do Alentejo com o Algarve, que visitaremos através de um percurso circular da Rota Vicentina.
Colaboração: Associação Rota Vicentina
Apoio: Junta de Freguesia de São Martinho das Amoreiras; Município de Odemira
Guias: António Martins Quaresma (historiador) e Rudolf Muller (guia da Rota Vicentina)

 

BARRANCOS 9 de Junho 09h30
Todos por Um: Prevenção e Combate do Fogo na Raia
Portugal tem a mais alta taxa de incidência de incêndios rurais do Sul da Europa. Nesta atividade, vamos conhecer a articulação entre a prevenção e o combate num território raiano de elevado valor ambiental, onde tal é feito conjuntamente com as regiões autónomas da Andaluzia e da Estremadura, graças a uma cooperação transfronteiriça dinâmica e permanente: o incêndio de um é o incêndio de todos.
Colaboração: Bombeiros Voluntários de Barrancos; Consorcio de Bomberos de Huelva; Planes de Emergencia por Incendios Forestales de Andalucía (INFOCOA) y de Extremadura (INFOEX)
Apoio: ANPC; EDIA; Município de Barrancos
Guias: Diogo Nascimento (engenheiro florestal), José Perdigão (técnico de Ambiente) e Carlos Pica, Alejandro Anarte e José Correa (coordenadores operacionais)

 

ERMIDAS DO SADO (SANTIAGO DO CACÉM) 23 de Junho 09h30
Mansa Corrente: O Curso Médio do Rio Sado
O Sado é o único grande rio português que segue na direção Sul-Norte. Constitue um notável repositório de biodiversidade. Esta ação revela um segmento pouco conhecido do curso fluvial, na freguesia de Ermidas do Sado, onde a passagem entre as margens era feita numa barca e perduram ruínas de moinhos; a zona, interessante do ponto de vista geológico, destaca-se pela riqueza da flora e da fauna.
Colaboração: Associação de Regantes e Beneficiários de Campilhas e Alto Sado; Escola de Ciências e Tecnologia, Universidade de Évora
Apoio: Centro UNESCO de Arquitetura e Arte; Município de Santiago do Cacém
Guias: Carlos Cupeto (geólogo), Ilídio Martins (engenheiro agrónomo), Dinis Cortes (ornitólogo) e José Matias (técnico de museologia)

 

SINES 7 de Julho 09h30
Nereu e Proteu: Vigiar e Cultivar o Mar
No porto de Sines, ocorre uma monitorização e avaliação da qualidade dos ambientes marinhos que contribui para a produção de peixes de boa qualidade, promovendo o desenvolvimento de uma indústria ecologicamente sustentável e viável. Esta iniciativa dá a conhecer uma forma de valorização dos recursos naturais da zona costeira, através de atividades que, não sendo as principais do porto, ajudam a diminuir o impacte da pesca e o declínio de espécies oceânicas.
Colaboração: APS; Laboratório de Ciências do Mar, Universidade de Évora; MARE
Apoio: JM Agro-Alimentar; Município de Sines
Guias: Luís Miguel Mourão e Adelaide Bernardino (engenheiros do Ambiente), João Castro, Teresa Cruz, Teresa Silva, Susana Celestino, Cristina Espírito Santo, André Costa e Pedro Encarnação (biólogos)

Comentários

pub