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Investigadores do Centro de Investigação Marinha e Ambiental (CIMA), da Universidade do Algarve, encontraram microplásticos em mexilhões na costa do Algarve. A presença de microplásticos, que não era expectável, foi detetada este Verão, com principal incidência na zona de Sagres.

Maria João Bebianno, diretora do CIMA, revelou ao Sul Informação que «foi com alguma surpresa que detetámos alguns microplásticos em mexilhões, ostras e salmonetes», numa investigação financiada pelo projeto JPI, da União Europeia.

A responsável pelo centro diz que, «à partida, achava que não íamos detetar nada, mas encontrámos, na costa portuguesa, vários mexilhões com microplásticos, com principal incidência na zona de Sagres, mas também em Portimão».

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O caso da presença de microplásticos em bivalves é mais preocupante do quem em peixes, porque «no caso dos peixes, a maior parte dos microplásticos está a ser detetada nas vísceras, que não fazem parte da alimentação. Mas, no caso dos bivalves, comemos tudo».

Sul Informação
Maria João Bebianno | Foto: Pablo Sabater/Sul Informação

Segundo a investigadora, importa agora perceber a quantidade de plásticos que estamos a acumular. «Já foi apresentado um primeiro estudo sobre a identificação de microplásticos nas fezes de humanos e essa é uma via para podermos averiguar. No entanto, não sabemos ainda quais os efeitos que isso pode ter».

Se as consequências práticas da ingestão de microplásticos em humanos ainda não é totalmente conhecida, no caso dos bivalves sabe-se que «a sua acumulação faz com que estes considerem que estão saciados, por isso deixam de se alimentar e não se desenvolvem».

Maria João Bebianno explicou que os dados já conhecidos sobre a presença de microplásticos no Algarve são «uma primeira abordagem, muito preliminar. Importa recolher amostragens mais regulares, para vermos se a situação se mantem. O que é facto é que foram detetados microplásticos».

A diretora do CIMA revelou ainda ao Sul Informação que «estamos já a fazer outro trabalho, para ver o que acontece nas ameijoas, mas estamos numa fase muito preliminar e ainda não temos resultados. O que pretendemos saber é se existe alguma replicação daquilo que encontrámos nos mexilhões».

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