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Réplicas de navios, aparelhos e utensílios de pesca, como uma faca para mariscar, e ainda material de bordo, sejam octantes, sextantes ou barógrafos. É isto – e ainda um notável quadro do pintor algarvio Carlos Porfírio – o que pode encontrar no Museu Marítimo Almirante Ramalho Ortigão que reabriu esta sexta-feira, 27 de Julho, em Faro, após o incêndio de 2015. 

Aquele que é o museu mais antigo do Algarve, datado de 1889, está outra vez de portas abertas, «num dia muito significativo e simbólico», considerou Cortes Lopes, comandante da Zona Marítima do Sul e também diretor do Museu Marítimo Almirante Ramalho Ortigão.

No espaço, que é composto por três salas (Baldaque da Silva, Lyster Franco e Manuel Bivar), foi «mudada toda a legendagem do espólio, que já estava antiquada, e foram beneficiadas algumas redes de armações», explicou ao Sul Informação. 

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Além disto, houve uma «limpeza e melhoramento das salas», assim como «das molduras de alguns quadros» de pintores como João Almeida, Carlos Porfírio e João Vaz.

A mais imponente das obras é um tríptico, que enche toda uma parede, retratando a apanha do copejo do atum, da autoria do farense Carlos Porfírio, que também foi o responsável pela decoração do Museu.

Sul Informação

Foi a 4 de Janeiro de 1889, na altura com o nome Museu Industrial Marítimo da Escola Pedro Nunes, que foi fundado o espaço, a partir de objetos e modelos mandados construir a título particular pelo Oficial da Armada António Artur Baldaque da Silva, coleções estas que estiveram inclusivamente em Paris, na exposição universal de 1900.

Depois, em 1916, as coleções foram formalmente entregues à Marinha, neste caso à extinta Escola de Alunos Marinheiros do Sul. Na altura, o contributo do comandante Ramalho Ortigão foi fundamental, na preservação, reorganização e posterior fundação do Museu, em 1931, no Departamento Marítimo do Sul, que na altura se situava no Largo da Sé.

Em 1946, o Museu Marítimo passa a designar-se Museu Marítimo Almirante Ramalho Ortigão, em homenagem ao seu fundador, tendo-se instalado, de forma definitiva, nas atuais instalações, na Capitania do Porto de Faro, entre 1962 e 1964.​

Desde 2015 que não era possível visitar aquele espaço, devido a um incêndio ocorrido em Maio desse ano, e que também destruiu parte da Biblioteca Infante Dom Henrique, mas que acabou por não afetar muito o espólio do Museu.

«Houve várias opções em cima da mesa para uma eventual deslocalização do Museu, por exemplo para o edifício do Governo Civil, mas isso acabou por não se concretizar e não fazia sentido manter o Museu fechado», explicou Cortes Lopes.

Certo é que, agora, o espaço, que foi reaberto pela neta de Ramalho Ortigão, está mais cuidado mas ainda não está ideal.

«É um trabalho que continua, também em colaboração com o Museu de Faro. Vamos produzir um catálogo, pronto até ao final do ano, e também vamos afinando tudo de acordo com o feedback que tenhamos dos visitantes».

O momento de reabertura do Museu serviu também para a assinatura de um protocolo entre a Marinha Portuguesa e a Câmara de Faro para promover e divulgar aquele espaço.

A ideia passa, por exemplo, por cooperar na edição de material gráfico de exposições conjuntas que possam vir a ser feitas em conjunto.

Sul Informação

Este ano, o Museu vai receber, também, um estagiário do curso de Património Cultural e Arqueologia, da Universidade do Algarve, «o que nos vai ajudar e permitir que tenhamos aqui mais alguém a ajudar e divulgar a imagem do Museu», disse Cortes Lopes.

Rogério Bacalhau, presidente da Câmara de Faro, também esteve presente na reabertura daquele espaço e não escondeu a satisfação pelo momento. «Todos devem ter presente quão importante é a reabertura do Museu. É um dia de alegria no nosso projeto cultural», disse.

Alexandra Gonçalves, diretora regional de Cultura do Algarve, fez questão de realçar «o esforço colocado nesta reabertura», falando de «um ato de coragem que merece reconhecimento público».

Quanto ao futuro, Cortes Lopes disse ao Sul Informação que os objetivos passam por «ir restaurando peças» e melhorando o Museu, sempre «atentos aos sinais das pessoas que nos visitarem».

«Eventualmente teremos exposições temporárias e fotográficas. Vamos dar aos visitantes aquilo que achemos interessante para o Museu e para Faro», concluiu.

As entradas serão gratuitas até ao final do ano e o espaço pode ser visitado às terças-feiras, quintas-feiras e sextas-feiras, das 14h30 às 16h30.

Para as quartas-feiras ficam reservadas as visitas de grupo com marcação.

 

Fotos: Pedro Lemos | Sul Informação

 

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