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O Festival Terras sem Sombra percorreu, este fim de semana, um verdadeiro roteiro de sentimentos em Ferreira do Alentejo. «Roteiro de sentimentos: entre Bach e Bolcom» foi o título do concerto que Pauline Yang deu no Lagar do Marmelo, marcando duas estreias absolutas: a da pianista norte-americana em espaços industriais e a do lagar enquanto sala de espetáculos.

Mas o fim de semana começou no sábado, com a visita a uma propriedade privada que abriu exclusivamente as suas portas para o Festival Terras sem Sombra e se deixou descobrir, por dentro e por fora.

A Quinta de São Vicente pertence a uma das famílias mais importantes da região. Datada do século XVIII, foi alvo de amplas beneficiações nos séculos XIX-XX, como explicaram o arquiteto Ricardo Estevam Pereira e o historiador da arte José António Falcão, guias desta visita, que foi ainda acompanhada pela proprietária, Wanda Passanha de Bivar Branco.

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À noite, a chover torrencialmente, foi então tempo para ouvir o concerto de Pauline Yang, no lagar do Marmelo, um espaço inusitado que acabou por revelar-se mágico, como a pianista revelou em entrevista ao Sul Informação.

No domingo de manhã, mal refeitos ainda das emoções da noite anterior, foi a vez de partir à procura de uma planta que só existe no Baixo Alentejo. A Linaria ricardoi é um endemismo lusitano muito raro e ameaçado, localizado na região de Beja. Os núcleos populacionais recenseados incluem apenas algumas centenas de exemplares, sinal de que se encontra em perigo de extinção.

Só que o uso de agroquímicos e a expansão vertiginosa da agricultura intensiva – com destaque para o olival super intensivo – estão a pôr em risco a sobrevivência desta planta dedicada e ameaçada de extinção, bem como de todas as outras que a acompanham no seu habitat.

A EDIA, a empresa que gere a mega barragem de Alqueva, no âmbito das suas obrigações de compensação ambiental, tem sido responsável nos últimos anos, pela monitorização desta linária, mas a defesa da planta e do seu habitat começou pela sociedade civil, nomeadamente graças ao trabalho de botânicos amadores como o médico Dinis Cortes, que acompanhou a visita.

A fechar com chave de ouro este fim de semana, o almoço, para convidados, teve lugar na antiga Taberna do Zé Lelito, transformada em espaço museológico vivo. E ali, no balcão corrido de mármore e nas mesas de taberna, entre petiscos e copos de vinho, ouviu-se o cante alentejano, fazendo as delícias da pianista Pauline Yang…e de todos os outros presentes.

 

Fotos: Elisabete Rodrigues | Sul Informação

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