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Carlos Martins, secretário de Estado do Ambiente

O efluente tratado nas Estações de Tratamento de Águas Residuais (ETAR) da Companheira e de Faro/Olhão, que estão a ser construídas, vai ser reutilizado para outros fins, nomeadamente para rega. A garantia foi dada esta quinta-feira por Carlos Martins, secretário de Estado do Ambiente, que participou na sessão de abertura do encontro «Desafios da Água», que decorreu no Palácio de Congressos do Algarve, em Albufeira.

À margem da sessão, Carlos Martins adiantou aos jornalistas que, «no caso da ETAR da Companheira, a água seguramente será reutilizada, porque há já um trabalho feito, vindo de trás, entre a EMARP e a Águas do Algarve, no sentido de reutilizar as águas tratadas».

Segundo o governante, esta água, sujeita a «um sistema mais robusto em termos de controlo técnico, terá um grande potencial de reutilização. A EMARP tem já um conjunto de projetos para a sua reutilização e admito que, a muito breve trecho, esses planos possam ser traduzidos em algo concreto».

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No que diz respeito à ETAR de Faro/Olhão, «os estudos não têm o mesmo nível de desenvolvimento, mas quer o município de Olhão, quer o de Faro, estão motivados para fazer algum uso dessa água. Em Olhão, em particular, tem vindo a ser analisada a possibilidade dessa água servir de recarga a áreas agrícolas que, nos últimos anos, em alguns perímetros de rega, têm evidenciado problemas. Essa água pode vir a apoiar a rega de laranjais e outras culturas que estão necessitadas», adiantou Carlos Martins.

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Imagem em 3D da nova ETAR da Companheira

Esta água tratada pode mesmo ser usada para rega direta «desde que cumpra determinadas especificações. Mas, diria, com o nível de tratamento que estas ETAR vão permitir, poderá ser utilizada para rega direta de árvores de fruto sem qualquer problema», acrescentou o governante.

«Os problemas só se colocam com produtos verdes, porque é preciso ter mais cuidado a nível bacteriológico e, mesmo assim, as estações podem estar dotadas tratamento adicional, para permitir a utilização dessa água também para produtos verdes», disse ainda Carlos Martins.

A reutilização do efluente que resulta do tratamento nas ETAR vai ser realidade no Algarve, mas é também uma aposta a nível nacional, até para minorar os efeitos da seca que afeta o país. Carlos Martins adiantou que a Agência Portuguesa do Ambiente «foi incumbida de criar uma estratégia nacional de reutilização de águas residuais tratadas nas ETAR e esse trabalho deve estar concluído a meio de 2018».

Depois de esta estratégia, que deve estar concluída em Junho, ser apresentada, as empresas que gerem as ETAR devem apresentar um plano para implementar a reutilização da água até ao final do ano.

«Gostaríamos que, em Junho, no Dia do Ambiente, pudéssemos ter essa estratégia desenhada e queremos que, a 31 de Dezembro, as entidades que gerem as 50 maiores ETAR, que correspondem a 75% dos caudais tratados em Portugal, apresentem um plano concreto, com investimentos e estudos de viabilidade económica. Pretendemos que, em 2019, esses planos sejam materializados», disse Carlos Martins.

Segundo o secretário de Estado do Ambiente, «as águas tratadas nas ETAR, consoante o nível de tratamento a que estão sujeitas, têm todas potencial de reutilização. Podemos ter água que pode ser reutilizada na lavagem de ruas, contentores, viaturas de parque municipal, em quase todo o tipo de rega, pode ser reserva para o combate a incêndios… Até, no limite, pode ser incorporada nos aquíferos para recarga».

Atualmente, a percentagem de reutilização de água, a nível nacional, «andará entre 1,5% e os 2%», mas o Governo quer que, nos próximos cinco anos, esse valor suba para 10% e que, daqui a sete anos, chegue aos 20%.

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