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As ilhas-barreira da Ria Formosa são palco de vários incidentes ao longo do Verão. Para mostrar à população como se presta socorro, a Capitania do Porto de Olhão organizou, esta sexta-feira, um simulacro na Ilha da Culatra, uma dessas ilhas-barreira.

«As pessoas têm de saber que estas ilhas são um paraíso, mas não têm as condições médicas e de urgência que existem em terra», confessou o capitão do Porto de Olhão Nunes Ferreira.

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Em terra, está tudo a postos.

Depois de ter sido colocado todo o material necessário para o procedimento, o barco «Ria Solidária» arranca e já segue em direção à Ilha da Culatra, onde o alerta foi dado. O procedimento é fictício, mas tudo é estudado ao pormenor e feito como se fosse verdadeiro. Além da Autoridade Marítima Nacional (ANM), o INEM, a Proteção Civil e a Cruz Vermelha também participam no simulacro. «Queremos mostrar também aquilo que é a coordenação entre várias entidades nas evacuações médicas das ilhas barreiras», explica Nunes Ferreira.

O barco «Áquila», que transporta o comandante, avança também rapidamente e vai deixando atrás o seu rasto em forma de pequenas ondas. Coloca-se ao pé do «Ria Solidária» e por ali fica até chegar à Ilha da Culatra. No horizonte veem-se gaivotas, e outros barcos.

No areal da Culatra, Simão, que é faroleiro no Farol de Santa Maria e aceitou ser o figurino deste simulacro, está deitado, com queixas de dores nas costas. Depois de literalmente saltar do «Ria Solidária», o técnico do INEM começa a fazer-lhe uma série de perguntas, para demonstrar como se atua em situações destas. À volta, vão-se juntando curiosos. «Como te chamas?», «Consegues-me ouvir bem?», «Onde te dói exatamente?». Simão está combalido, mas vai respondendo calmamente. É colocado um colete cervical na vítima, que é rapidamente transportada, em maca, para o «Ria Solidária».

«Os nossos homens têm uma formação específica sobre como lidar com as pessoas em casos destes. Muitas vezes, há imenso pânico e é difícil explicar o que se está a passar e saber lidar com as pessoas», revela o Capitão do Porto de Olhão.

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“Terra à vista!”

Após a assistência, é tempo de voltar ao mar e regressar à Capitania do Porto de Olhão, onde o simulacro começou. Ao chegar, é feito o transbordo da vítima do barco para a ambulância do INEM, onde volta a ser assistida. O exercício de simulacro está terminado.

Apesar de tudo ter corrido bem – e rápido – no exercício de simulacro, o processo de emergência dura, em média, 40 minutos. Para a Ilha da Culatra, por exemplo, o tempo médio, apenas de chegada ao local, já é de apenas 10 minutos. Mas, condicionantes como as marés ou a existência de outras embarcações, podem atrasar a evacuação. «Há gente que não percebe a dificuldade que é chegar aos pontos de emergência. Há que fazer telefonemas, ainda em terra, e preparar tudo para sair, além do que é preciso fazer depois no local», diz Nunes Ferreira. E acrescenta: «ainda para mais, este ano temos tido muito Sueste, o que dificulta o nosso trabalho».

Este ano, até dia 26 de Agosto, e segundo dados da AMN, a capitania do Porto de Olhão já fez 151 evacuações, sendo que 100 foram feitas… durante a época balnear. «Nunca vi tanta gente na ilhas-barreira como este ano!», confessa o comandante. Estes são números mais altos do que os registados no ano passado.

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Ainda assim, as duas equipas que Nunes Ferreira tem ao seu dispor, uma em prontidão de 30 minutos e outra com uma prontidão de 12 horas, são suficientes: «como estamos em articulação com outras entidades, não sinto necessidade de ter mais homens», explica.

A situação mais complicada vivida este ano passou-se na Ilha da Armona. Uma senhora de 39 anos, que não sabia nadar, afogou-se e entrou em paragem cardíaca durante seis minutos. «Com a ajuda de um casal de médicos ingleses e com a nossa rápida intervenção, acabámos por a conseguir reanimar», conta o comandante.

«Felizmente, ainda não tivemos nenhuma vítima mortal este ano. Oxalá assim continue!», concluiu.

 

 

 

 

 

 

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