Please ensure Javascript is enabled for purposes of website accessibility
teatro das figuras

Sul Informação11 de Fevereiro vai ficar na história da ciência mundial!

Este foi o dia em que um grupo de mais de 1000 cientistas anunciou que tinha detetado, pela primeira vez, as ondas gravitacionais previstas por Einstein cem anos antes.

O entusiasmo foi contagiante, mas levou a uma pergunta por muitas pessoas: o que são essas ondas gravitacionais e porque é que o mundo científico está em festa?

festival do marisco de olhao

Comecemos então pelo princípio e por uma explicação que, espero, seja em boa medida correta e compreensível por todos.

Observamos ondas em muitos contextos e com vários sentidos. Junto a um lago, podemos observar as ondas que se formam quando atiramos uma pedra à água – ondas líquidas; num concerto, ouvimos ondas sonoras – ondas de ar; através dos nossos olhos observamos o efeito das ondas eletromagnéticas da luz visível; com telescópios diversos, observamos ondas eletromagnéticas de outras gamas que nos dão a conhecer muito mais do universo. Ora, as ondas gravitacionais não são mais do que ondulações no espaço-tempo.

E o que é o espaço-tempo?

O conceito de espaço-tempo foi introduzido por Einstein, que nos demonstrou que o espaço tridimensional, que todos conhecemos intuitivamente, está interligado com o tempo (uma variável com uma só dimensão). Unindo os dois conceitos, temos uma variável com quatro dimensões: o espaço-tempo.

Podemos imaginar o espaço-tempo como se fosse um pedaço de tecido e, assim, visualizar melhor como espaço-tempo é deformado pela massa dos objetos. (Esta deformação é a força da gravidade descrita anteriormente por Newton.)

Einstein previu então que certos fenómenos não só deformariam o espaço-tempo, como dariam origem a ondulações nesse mesmo espaço-tempo: as ondas gravitacionais.

Foi um desses fenómenos que os cientistas do LIGO mediram: a colisão de dois buracos negros.

Foi um acontecimento tão massivo e dramático que gerou ondas gravitacionais tão fortes que alcançaram e foram medidas na Terra mais de mil milhões de anos depois! Mas ainda assim, são ondas muito difíceis de detetar.

E como se detetam estas ondas?

Bom, essa é a parte complicada e por isso tardou cem anos a ser alcançada!

As ondas deformam o espaço-tempo, mas são tão, tão débeis, que foi necessário construir um enorme instrumento com a sensibilidade suficiente para detetar: o LIGO.

O LIGO é um edifício a partir do qual saem dois “braços” perpendiculares com exactamente quatro quilómetros de comprimento. O impacto da onda gravitacional faz com que um dos braços fique mais curto e o outro mais longo. Para detetar essa diferença (diminuta) recorreu-se a um interferómetro laser.

E porque é que é tão importante? Uma forma de olhar para esta descoberta é pensar num ser humano surdo durante toda a sua vida que, através de uma intervenção médica, passa a ser capaz de ouvir. Já pensaram como se sente uma pessoa nesse dia glorioso? Assim estão os cientistas por estes dias: encontraram um novo sentido para explorar o universo!

Até agora, só o podiam ver; a partir de agora, também o podem ouvir!

Autora: Diana Barbosa
Ciência na Imprensa Regional – Ciência Viva

festival do marisco de olhao
teatro das figuras

Também poderá gostar

IMAGEM-4

Com o sexo dos assobios, há um novo avanço para a agricultura do futuro

Nervous system neurology and brain nerve cells anatomy concept as human neuron function disorder symbol for multiple sclerosis or alzheimer disease or psychedelics science and with 3D illustration elements.

Duas descobertas sobre esclerose múltipla recompensadas com “Óscar da Ciência”

IMAGEM-2

Novo método de ressonância magnética melhora relação custo-benefício no diagnóstico de doença do fígado