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Sul InformaçãoMuito se falou e continuará a falar nos próximos dias dos resultados das eleições gregas.

Muitos têm como irrealista, extremado, perigoso, até, o discurso anti-austeridade veiculado durante a campanha pelo partido vencedor.

Outros tantos acreditam que ali, no berço da Democracia, os valores sociais europeus renascem e a que Grécia devolveu a esperança a milhares e milhares de pessoas que pela Europa, sobretudo pelo Sul, vão sobrevivendo, vergadas a políticas que fomentam o desemprego e a degradação das condições de vida.

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Será, no entanto, unânime que estes resultados trazem uma reforçada expectativa quanto ao que vai acontecer na Europa nos tempos que se avizinham.

Será a nova coligação governativa grega capaz de levar avante uma política de recuperação económica voltada para o resgate das pessoas e não dos bancos? Terá o peso político necessário para discutir e fazer vingar na arena e nos corredores das reuniões europeias as renegociações económicas essenciais para o cumprimento das suas promessas eleitorais?

Aquilo que já se sente é o “receio dos mercados, dos investidores, da banca”. Será o receio de não ganharem tudo o que ainda tinham contabilizado à conta de dívidas públicas soberanas ou é mesmo o medo (será que o medo, pelo menos por instantes, mudou de lado?) que as pessoas, os cidadãos, tenham finalmente percebido que, em Democracia, há sempre alternativas, haja vontade e força para as construir em prol de uma sociedade mais justa e equitativa?

Aquilo que também se sente é que os eleitores estão na disponibilidade de voltar a acreditar em partidos, desde que eles sejam capitalizadores das suas ansiedades. A vitória do Syriza confirma-o e as sondagens em Espanha relativamente ao Podemos também.

E os eleitores estão também na disponibilidade de “castigar” os partidos comprometidos com as políticas de austeridade e com as velhas fórmulas – os resultados do Pasok devem ser bem interpretados pelos partidos socialistas europeus.

De hoje em diante, parece estar mais evidente e ser mais real o duelo entre a legitimidade democrática e o poder dos cidadãos e os grandes interesses económicos e do capital.

As questões são inúmeras, mas a lição de democracia é por demais evidente e definitivamente estamos todos expectantes em relação ao que sucederá e se ,de alguma forma, um eco de mudança poderá chegar a este retângulo à beira mar plantado.

Já frisava Péricles: “Nós, atenienses, decidimos as questões públicas por nós mesmos”. Não resisto ainda a citar Platão: “A penalização por não participares na política é acabares a ser governado por aqueles que te são inferiores”.

Que os cidadãos percebam, de uma vez por todas, que o poder está nas suas mãos e que vale sempre a pena lutar e tentar construir uma sociedade melhor, alicerçada em valores de liberdade, igualdade e fraternidade.

E que há sempre esperança! “Por uma nova utopia, por renascimento, de pessoas, de política, de ação”.

 

Autora: Inês Morais Pereira é advogada e membro da Civis – Associação para o Aprofundamento da Cidadania

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