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Sul InformaçãoPara os que ainda têm crianças que insistem em afirmar convictamente que sim, é verdade, o Pai Natal existe mesmo, resta-nos manter o esforço de encontrar explicações mais ou menos plausíveis para os vários porquês que sempre decorrem destas acaloradas discussões: como é que ele entrega tantas prendas a tantos meninos; porque é que ele vai primeiro a casa da tia, da avó ou dos colegas; como é que ele consegue ler todas as cartas que recebe; e muitas outras perguntas que sempre inquietam os espíritos mais curiosos nesta altura do ano.

Como mãe/pai, fica-se num dilema difícil. Presos entre a vontade de deixar prolongar ao máximo possível essa capacidade incrível que as crianças têm de brincar muito a sério ao faz de conta – privilégio que cedo a vida se vai encarregando de lhes retirar – e o receio de que, ao descobrir finalmente que o Pai Natal não existe, eles olhem para nós com a profunda desilusão de quem foi enganado.

Este é, no entanto, um dilema que cedo se dissipa. A partir de determinada altura, bastará passear pelos centros comerciais ou pelas zonas comerciais das cidades, para perceber que os sacos e embalagens que tanta gente carrega, são exatamente os mesmos que depois aparecem debaixo da árvore de Natal.

festas da cidade de olhao

Acabam-se então as cartas ao Pai Natal e os pedidos passam a ter canais diretos aos pais, avós e restantes familiares. A norma são as bonecas, a inúmera oferta em torno de personagens do universo infanto-juvenil televisivo, os jogos, as consolas, os tablets, e tudo o que estiver na moda. Raras são as exceções.

Em maior ou menor grau, nós vamos cedendo, tudo em troca da alegria que se espera ver no rosto das nossas crianças numa noite de Natal.

Descoberta a verdade, eles deixarão de perguntar de onde vêm as prendas. Já sabem quem as traz.

Nasce então outro dilema: se olharmos com atenção para a etiqueta da proveniência de cada um dos artigos que compramos em cada Natal, a larga maioria terá escrito que veio da China, da Índia, do Bangladesh, ou de qualquer outro local do mundo onde provavelmente os dilemas do Natal serão muito diferentes dos nossos.

Em alguns casos até, feitos por mãos tão novas quanto as dos nossos filhos. E agora? Devemos dizer-lhes de onde vêm e como são feitas as prendas que recebem com tanta alegria?

Estas inquietações são, obviamente, privilégio de quem pode ainda dar um Natal aos seus filhos, mas esse é todo um outro dilema…

 

Sul InformaçãoAutora: Anabela Afonso é licenciada em Relações Internacionais e mestre em Comunicação, Cultura e Artes, variante Teatro

 

 

 

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