Este mês Setembro, em termos de eventos astronómicos, começa na madrugada de dia 1 com Marte a quatro graus a Sul da Lua (a largura de dois dedos vistos com o braço esticado).
Dia 2 tem lugar o quarto crescente. Tal fase da Lua é excelente para se observarem as crateras e montes lunares.
Na madrugada de dia 5, iremos encontrar Vénus, que se apresenta durante todo o mês como estrela da manhã, um grau a Norte de Régulo, uma estrela da constelação do Leão.
Já na madrugada de dia 9 dar-se-á a Lua Cheia. Visto que esta ocorre um dia depois do nosso satélite ter atingido o seu perigeu (ponto da órbita lunar mais próximo da Terra), a Lua Cheia irá parecer-nos ligeiramente maior (7%) e mais brilhante (15%) do que a média. Esta será a terceira, e última, Super Lua do ano.
De notar que as marés são provocadas por ação da atração gravitacional da Lua e do Sol. Destas, as mais intensas (ditas vivas) ocorrem quando o Sol e a Lua estão mais “alinhados” connosco (i.e. nas Luas Cheias e Novas), em que o efeito dos dois astros se reforça mutuamente.
Embora a maior proximidade de uma Super Lua à Terra possa adicionar alguns centímetros à altura das marés, este efeito é bastante menor do que aquele causado durante as marés vivas que têm lugar por altura dos Equinócios: as marés vivas equinóciais. Outros fatores acabam por afetar também a altura final das marés, destacando-se a pressão atmosférica, a intensidade e a direção do vento.
No dia 20, a lua irá passar a cinco graus a Sul de Júpiter. Por coincidência neste dia a Lua atinge o seu apogeu (ponto da sua órbita mais afastado da Terra).
Um dia depois, Mercúrio atingirá a sua maior elongação (afastamento) para Este relativamente ao Sol, apresentando-se assim como estrela da tarde. Por esta altura, Mercúrio situar-se-á a pouco mais de meio grau a Sul da estrela Espiga da constelação da Virgem.
Pelas 3 horas e meia da madrugada (hora continental) de dia 23, o nosso planeta atinge o ponto da sua órbita a partir do qual o hemisfério Sul fica mais iluminado do que o Norte. Em Portugal chamamos a este instante de Equinócio Outonal, pois marca o início do nosso Outono.
Dia 24, ocorre a Lua Nova. Visto que nesta altura ela se encontra numa direção muito próxima da do Sol, não será possível observá-la. Mas, dois dias depois, iremos encontrá-la junto a Mercúrio.
Na noite de dia 27 de Setembro, Marte situar-se-á a três graus a Norte de uma estrela que, por ter uma cor e brilho que rivalizam com os de Marte, foi chamado de Antares. Duas noites depois, a Lua irá passar perto destes dois astros tal como já havia sucedido no início do mês.
Boas observações!
Autor: Fernando J.G. Pinheiro (CGUC)
Ciência na Imprensa Regional – Ciência Viva
Legendas das Figuras:
Figura 1: Céu a poente pelas vinte horas e meia de dia 1, com alguns planetas, estrelas e constelações de interesse. Igualmente são visíveis a posição da Lua, Mercúrio, Marte e Saturno no dia 26.
Figura 2: Céu a nascente pelas seis horas e meia da madrugada de dia 6. Igualmente é visível a posição da Lua no dia 20. Notar que no dia 20 Vénus não será visível por estar numa direção muito próxima da do Sol.
