Livro de neurocientista americano «Incógnito – As vidas secretas do cérebro humano» lançado em Portugal

Ciência

“Incógnito – as vidas secretas do cérebro humano” é o título do quarto e último livro do neurocientista norte-americano David Eagleman, publicado recentemente em Portugal pela Editorial Presença. Com tradução de Catarina F. Almeida, este livro apresenta, com uma linguagem muito acessível e exemplos claros, uma excelente perspetiva geral das funções do cérebro.

David Eagleman dirige o Laboratório de Perceção e Ação e um projeto de Iniciativa sobre Neurociência e Lei no Baylor College of Medicine em Houston, Texas (Estados-Unidos). Tem efetuado inúmeras conferências internacionais com os resultados das suas investigações, particularmente sobre as implicações legais e sociais que os novos conhecimentos científicos sobre o cérebro problematizam no início deste século XXI.

Neste livro, que teve a sua primeira edição original em 2011, são contadas várias histórias e casos reais que permitiram avanços na psicologia e na neurologia e que nos permitem conhecer melhor como o nosso cérebro funciona. A análise de casos públicos como o relacionado com o antissemitismo de Mel Gibson embriagado, entre outros exemplos, tornou o livro um bestseller. Contudo, sublinhe-se que o livro mantém o rigor científico e a isenção necessária para uma concreta apresentação do que está em jogo no ainda muito incógnito mundo da nossa mente.

Este livro permite-nos uma “viagem às operações de bastidores do cérebro, com os seus mistérios e fascínios “ ao longo de sete capítulos a saber: 1 – Há alguém na minha cabeça, mas não sou eu; 2 – O testemunho dos sentidos: como é, realmente, a experiência?; 3 – Mente: o intervalo; 4 – Os tipos de pensamento que são pensáveis; 5 – O Cérebro é uma equipa de rivais; 6 – O porquê de a culpabilidade ser uma questão errada; 7 – A vida depois da monarquia.

Trata-se de um livro por vezes provocador e em que o autor expõe a sua “teoria dos rivais” para explicar uma estrutura funcional da mente baseada numa democracia cerebral. Outro aspeto muito interessante neste livro é a discussão que o autor promove acerca da culpabilidade e as suas propostas para uma nova teoria legal e penal baseada numa «jurisprudência biologicamente informada». Um livro a ler para nos conhecermos melhor.

Dados bibliográficos