Cante ao Baldão, Despique e Viola Campaniça motivam congresso em Amoreiras-Gare

A aldeia de Amoreiras-Gare, no interior do concelho de Odemira, vai receber, no dia 23 de fevereiro, a partir das […]

A aldeia de Amoreiras-Gare, no interior do concelho de Odemira, vai receber, no dia 23 de fevereiro, a partir das 10h00, o Congresso sobre o Cante ao Baldão, Despique e Viola Campaniça, numa iniciativa promovida pela Associação para o Desenvolvimento de Amoreiras-Gare e Município de Odemira.

O objetivo deste congresso é reunir investigadores, autarcas, associações, cantadores e tocadores para debater sobre este género artístico e instrumento musical, perceber a razão da sua existência e o que o diferencia na região e no país, e traçar as perspetivas futuras de preservação e evolução.

O Cante ao Baldão e o Cante a Despique (tal como é cantado na região) é praticado apenas no Baixo Alentejo, preservado em algumas zonas serranas e ainda cantado em momentos festivos e de lazer.

A Viola Campaniça, que acompanha aqueles cantares, também apenas se encontra no Baixo Alentejo, sendo muito poucos os tocadores e os artesãos que a constroem.

De características únicas, é diferente das demais violas existentes no país. Estas tradições culturais têm sido revitalizadas nos últimos anos, graças ao esforço de associações e autarquias e à vontade dos cantadores e tocadores.

A abertura do congresso terá a participação do presidente da Câmara de Odemira José Alberto Guerreiro e do presidente da Associação para o Desenvolvimento de Amoreiras-Gare, João Pedro Vilhena.

O primeiro painel de intervenções, intitulado “O Cante ao Baldão e Despique: património cultural imaterial, perspetivas de revitalização”, terá como moderador Manuel Vilaverde Cabral (Investigador Jubilado do Instituto de Ciências Sociais e diretor do Instituto do Envelhecimento da Universidade de Lisboa).

Maria José Barriga (investigadora do Laboratório de Música e Comunicação na Infância e doutoranda no domínio da Psicologia e Ensino da Música na Universidade Nova de Lisboa) apresentará o tema “O (re)encontro de identidades no processo de revitalização do cante ao baldão”, José Rodrigues dos Santos (professor e investigador do Centro Interdisciplinar de História, Culturas e Sociedades, Universidade de Évora) apresentará a comunicação “Patrimonialização do Cante Alentejano e sua salvaguarda: perspetivas de futuro” e José Francisco Colaço Guerreiro (Cortiçol – Cooperativa de Informação e Cultura) abordará o tema “O papel das autarquias na revitalização do cante”.

No período da tarde, a partir das 14h15, será debatido o painel: “A viola campaniça: passado e futuro ”, com moderação de Francisco Lourenço Teixeira, presidente da MODA – Associação do Cante Alentejano.

Participarão José Alberto Sardinha (Etnomusicólogo), com o tema “A viola tradicional portuguesa”, Pedro Mestre (tocador de Viola Campaniça e ensaiador de vários grupos corais alentejanos), com o tema “Viola campaniça: hoje e o futuro”, e Manuel Silva Graça (cantador de Canto ao Baldão e Despique), com o tema “A disponibilidade dos cantadores”.

Pelas 16h30, terá início um Concerto de Viola Campaniça com os tocadores Pedro Mestre, David Pereira, José Diogo, Carlos Loução e António Silva Costa e com a Turma de Viola Campaniça da Escola Secundária de Castro Verde.

Para as 17h00 está agendada uma demonstração “Como se Canta ao Baldão e a Despique”, seguindo-se uma sessão de Cante ao Baldão, aberta a todos os cantadores que queiram participar.

A organização conta com os apoios das Juntas de Freguesia de S. Martinho das Amoreiras, Colos, Luzianes-Gare, Pereiras-Gare, Relíquias, Santa Clara-a-Velha e Vale Santiago.

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