Um providência cautelar contra a ordem de despejo para demolição do edifício onde se situa a Mercearia da Ponte, em Aljezur, deu entrada no dia 8 de novembro no Tribunal Administrativo de Loulé.
O proprietário espera com esta medida não apenas «travar o processo, suspendendo o prazo para desocupação do edifício, mas também que a medida possa dar lugar a um diálogo mais igualitário no sentido de encontrar uma solução de viabilização da empresa, já que até agora a Câmara de Aljezur não apresentou qualquer proposta nesse sentido».
Tal como o Sul Informação noticiou, a Câmara de Aljezur ordenou o fecho da Mercearia da Ponte , a única e mais antiga mercearia da vila, para demolir o edifício onde se encontra o estabelecimento.
José Amarelinho, presidente da autarquia, disse ao nosso jornal que a decisão se baseia nas conclusões de um «relatório elaborado pelos serviços técnicos da Câmara, que aponta para o colapso iminente do edifício».
No entanto, Susana Lopes, filha do proprietário da mercearia, que dá emprego a nove pessoas, salienta que a Câmara, que é proprietária do edifício «nunca aí realizou obras». «Se se preocupam tanto com a segurança, o que teria acontecido se o proprietário não os tivesse chamado?! Como é possível aprovarem obras e passado uns meses o prédio estar a cair?».
A decisão da autarquia de demolir o edifício fez espoletar uma onda de protesto entre a população, havendo mesmo uma petição online a circular, que já atingiu quase as 1000 assinaturas.
Depois da demolição do antigo Posto de Turismo, a população questiona «mais uma decisão de demolição em detrimento da conservação do património que tem sido recorrente na política da autarquia de Aljezur, que acusam de ser responsável por políticas que têm contribuído para a descaraterização urbanística da vila, e pela sua desertificação».
