A Câmara Municipal de Vila Real de Santo António esclareceu esta segunda-feira, em comunicado, que o projeto da Unidade de Cuidados Continuados VillaLiving «ficou inviabilizado depois de o Município ter recebido uma carta da Administração Regional de Saúde (ARS) do Algarve – entidade que liderava o processo para a instalação destes equipamentos na região –, datada de 20 de setembro de 2011, onde é referido que a construção da unidade de cuidados continuados iria ser suspensa por falta de financiamento».
A autarquia, presidida pela social-democrata Luís Gomes, responde assim ao comunicado do PS de VRSA, que denunciou que a construção da unidade de cuidados continuados anunciada em 2009 «não passou de um flop», já que a empresa promotora não tem condições de avançar com o equipamento.
O PS recordou que foi cedido à empresa privada VillaLiving, de uma forma gratuita, um lote de terreno de 2335 metros quadrados, em protocolo assinado em julho de 2009, que se destinava a uma nova unidade de cuidados continuados, com as valências de internamento em convalescença, média duração e reabilitação, longa duração e manutenção e paliativos.
No entanto, segundo os socialistas de VRSA, «tal anúncio não passou disso, de um vaticínio, já que rigorosamente nada foi consumado até ao momento».
No seu comunicado, a Câmara de Vila Real de Santo António admite a cedência do terreno, «tendo em consideração os benefícios do projeto e a criação de postos de trabalho».
Os socialistas propuseram que a autarquia denuncie o acordo com a VillaLiving, proceda à reversão do terreno e que desenvolva os contactos necessários para encontrar empresas/organizações idóneas capazes de alavancar o projeto.
Ora, responde a Câmara de VRSA, é isso mesmo que já está a ser feito: «uma vez que o contrato não se consumou, a autarquia já iniciou, há mais de um ano, as diligências necessárias para recuperar a posse do terreno».
«Uma vez findas estas diligências, o terreno em questão continuará sob a alçada municipal e destinado aos fins previstos no seu registo. Neste momento, uma parte do terreno já está inclusivamente sob o domínio municipal, visto que o artigo se encontrava dividido em duas partes», acrescenta a autarquia.
A Câmara de VRSA acrescenta que «os pressupostos e as condições em que o terreno municipal foi cedido à VillaLiving são sobejamente conhecidos pela anterior direção da ARS/Algarve, já que o seu anterior presidente, Dr. Rui Lourenço, esteve presente aquando da assinatura do protocolo com a empresa supracitada, no dia 17 de Julho de 2009, em cerimónia realizada no salão nobre desta autarquia».
Por isso, frisa a autarquia, «as críticas agora emitidas pela senhora vereadora Jovita Ladeira são infundadas, tanto mais que a responsabilidade pelo não avanço da unidade não cabe à autarquia, mas sim à empresa VillaLiving, com a qual foi firmado um contrato».
Para finalizar, o executivo vilarrealense «convida a senhora vereadora eleita pelo Partido Socialista a perguntar ao Governo anterior, então liderado pelo seu partido, bem como à antiga direção da ARS, por que razão deixaram cair o projeto, alegando falta de financiamento».
A UCC VillaLiving deveria gerar 150 postos de trabalho, diretos e indiretos, e representava um investimento de nove milhões de euros, prevendo-se, aquando da assinatura do protocolo entre a Câmara e a empresa, que entrasse «em pleno funcionamento dentro de dois anos», ou seja, em 2011.