Congresso do Baixo Alentejo: Territórios devem chamar a si a decisão do seu futuro

Refletir sobre o desenvolvimento sustentável nos territórios de baixa densidade foi o ponto de partida para o Congresso Regional do […]

Refletir sobre o desenvolvimento sustentável nos territórios de baixa densidade foi o ponto de partida para o Congresso Regional do Baixo Alentejo, promovido pelo Município de Odemira, no Cineteatro Camacho Costa, nos dias 28 e 29 de outubro. 

O congresso mobilizou 152 participantes, entre políticos, empresários, investigadores e docentes, técnicos municipais, direções e técnicos de associações de desenvolvimento local, estudantes e recém-licenciados, promovendo um debate intenso de opiniões e soluções.

Para Hélder Guerreiro, vice-presidente da Câmara Municipal de Odemira, “este congresso teve um conteúdo muito rico e muito intenso. Superou todas as expetativas. O importante é aproveitar estes conhecimentos e experiências e lançar, desde logo, as linhas para 2012 e 2013. É preciso trabalhar o território em conjunto, envolver todos os agentes públicos e privados e reforçar o envolvimento das universidades, para agir pelo bem-estar da região e das gerações futuras”.

Foram apresentadas perspetivas, pistas e propostas para promover um crescimento inteligente, sustentável e inclusivo nestes territórios: criar novos modelos de governação, potenciar a cidadania participativa, definir políticas públicas que garantam uma responsabilidade social partilhada, investir em iniciativas empresariais e sociais, valorizar os recursos naturais e produtos locais, criar sinergias entre as populações e quem decide, valorizar conhecimentos e disponibilidade da população não ativa, reforçar as relações intergeracionais, incentivar o regresso dos licenciados às terras de origem, promover projetos de acolhimento, envolver na vida local as comunidades de estrangeiros residentes nos territórios, explorar nichos de mercado, apostar nas novas tecnologias de informação e redes sociais, valorizar a relação tradicional/moderno, entre outras.

A sessão de abertura contou com a participação do chefe de Gabinete do secretário de Estado Adjunto da Economia e Desenvolvimento Regional, do presidente do Instituto Politécnico de Beja Vito Carioca, do presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Alentejo João Cordovil, e do presidente da Câmara de Odemira José Alberto Guerreiro.

Destaque para a participação de Samuel Thirion (administrador do Conselho da Europa), Gilda Farrell (chefe de Divisão do Conselho da Europa) e Rui Baleiras (docente da Universidade do Minho e ex-secretário de Estado do Desenvolvimento Regional).

O Congresso contou ainda com comunicações de Stefano Stortone (investigador da democracia participativa e colaborador da Rede Italiana de Municípios), José Carlos Albino (ANIMAR – Associação Portuguesa para o Desenvolvimento Local), Pedro Prista (docente do ISCTE) e Isabel Rodrigo (docente no Instituto Superior de Agronomia).

Nos dois dias foram apresentados projetos de desenvolvimento rural inovadores e de sucesso: José Arantes Pedroso, da marca de agricultura biológica Horta do Zé, apresentou o tema “Caso de valorização multifuncional da exploração agrícola”, Teresa Saraiva, da empresa EcoSativa- Consultadoria Ambiental, apresentou o tema “Dinamização de serviços especializados em territórios de baixa densidade: exemplos de desenvolvimento e integração” e Paulo Nunes, docente da Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias, apresentou o tema “O Turismo de Natureza e Atratividade Turística, contributos para a diferenciação da Oferta Turística em Territórios de Baixa Densidade”.

Por seu lado, João Fermisson, da empresa Improve Consult – Consultadoria e Estudos, trouxe o exemplo de “Atração e acolhimento de Novos Residentes no Meio Rural Francês – a experiência do Collectif Ville Campagne“, Nelson Dias, presidente da Associação In Loco, apresentou “Orçamentos participativos em Portugal”, enquanto Marta Cabral, da Associação Casas Brancas, com o tema “Gestão Coletiva da Oferta Turística a Nível Local”.

António Covas, docente da Universidade do Algarve, apresentou o “Projeto Querença”, Catarina Selada, do Centro de Inteligência em Inovação, apresentou “Estratégias baseadas na criatividade em pequenas cidades” e Petra Finkernagel, da TAMERA – Centro Internacional de Pesquisa para a Paz, que fechou os casos de estudo com o tema “Tamera, de experiência no presente a um modelo no futuro”.

No encerramento estiveram presentes o vice-reitor da Universidade de Évora José Manuel Caetano, o diretor do Departamento de Áreas Classificadas do Sul do Instituto de Conservação da Natureza e Biodiversidade (João Alves), e o vice-presidente da Câmara Hélder Guerreiro.

O Município de Odemira contou com a parceria da Universidade de Évora e do Instituto Politécnico de Beja, com o apoio da Caixa de Crédito Agrícola de S. Teotónio e do Agroturismo Quinta do Chocalhinho.

 

 

 

 

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